quinta-feira, 31 de março de 2016

Nonagésima-primeira noite – Safados na Internet

Em um futuro [Tássia] você me dirá Não somos hiperjovenzinhos mas somos atraentes – vamos dar um espetaculozinho na Internet?? E como em todas as festas, o melhor será o preparo. Você se depilará em doce triângulo; iremos a praias longínquas você com biquíni beirando a inexistência e com um tubo bronzeador orgânico para acentuar as marquinhas de praia. Eu capricharei um pouco mais na musculação e nos trincados do abdômen.

E o melhor [Tássia] virá no dia. Porei o tripé e a Canon G12 e ensaiaremos poses, contendo a vontade de a-valer-meter enquanto não terminarmos nosso sério trabalho de modelos pornô amadores e amantes. Colocarei cores, tirarei cores, riremos e conteremos o riso.

Nossa primeira foto [Tássia] mostrar-lhe-á em preto e branco [fica mais dramático-sexy] – vestida de Eva, a foto lhe pegará do pescoço para baixo. Mostrar-lhe-á na verdade bem pouco – pois atrás de ti eu com minhas mãos lhe cobrirei com minhas mãos o doce vão entre suas coxas e suas mãos cobrirão as minhas – e os bicos de seus seios [dramatizados pelo preto-branco] permanecerão como único bônus para jovens de todo o mundo trabalharem com suas mãos.

Esta a primeira pose – que dará tom às demais. Seremos classudos e vulgares, fotografarei o bico de seu seio com uma técnica de Cartier-Bresson e também em posição ginecológica, com suas mãos a separar e mostrar tudo, além da classicíssima posição momento-em-que-o-falo-entra.

Em um futuro, Tássia, nós dois, felizes modelos sem rosto e sem nome e com safadeza na Net.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Nonagésima noite – Você quase nua na ilha

No meu sonho fomos a uma ilha [Tássia], uma ilha Grande em uma Angra que lembrava antigos Reis. Nessa ilha, turistas, hotéis de praia, barcos e especificamente um barco, grande o suficiente para dezenas de turistas sedentos por luz, bronzeados, águas de cristal e peixinhos engraçadinhos. E estes peixinhos o barco parou para nós turistas olharmos.

Biquinis e calções desceram a escadinha que dava acesso à água. Porém meu sonho [Tássia] começou na antes – na pousada pé de areia na qual você me mostrava uma pequena e para mim preciosa coleção de coleção de tangas – de muitas cores e estilos diversos, mas tendo em comum o fato de serem muito econômicas na centimetragem. O seu doce objetivo [Tássia] era mostrar o máximo possível de seu corpo para as dezenas de estranhas e estranhos [e para sempre estranhos, pois nunca mais os veríamos] no barco – e esse objetivo me fazia roçar o céu.

Céu esse que vislumbrei quando [na hora em que o barco parou] você deixou cair o sarongue estilo havaiano e debaixo do pano, além do seu corpo, havia muito pouca coisa a revelar aos nossos turistas companheiros de passeio. Todos eles [e todas elas] aposto que deram sua ansiosa olhada, com efeitos de lambida.

Você tomou todo o tempo do Universo e Meio, ajeitou por três vezes o cabelo e por quatro foi até a amurada e voltou – e cada momento de sua abençoada indecisão o seu corpo aparecia mais, a admiração e a inveja da plateia se exponencializavam e eu não subia ao teto do mundo pois já me encontrava lá, e não havia lugares mais acima.

terça-feira, 29 de março de 2016

Octogésima-nona noite – Os cabelos de Soraia

Soraia não me amava e eu já percebera seus cabelos de caracóis muito negros e o contraste de bronzeado na marca de sutiã nas suas costas, mas nunca tão de perto [junto com o cheiro do seu Chanel 5] como naquela noite de fim de março em que eu dava estocadas muito firmes e plastificadas na minha amiga-colega um ano na frente no doutorado.

Tomávamos coquetéis Alexander [talvez com uma quantidade sobeja de vodca] com amigos intelectuaizinhos em bar idem, na PUC perto. Os amigos se foram rareando – de cinco para três, de três para um, e afinal ficamos só nós dois. A quantidade de Alexanders teve sentido oposto, e aumentou de dois para cinco para sete. Soraia [óculos grandes e olhos negros] me perguntou se eu não queria de lhe mostrar minha coleção de vinis. Eu disse que não tinha nenhum disco de vinil. Perguntou então se não era coleção de CDs. Eu disse que também não tinha nenhum. Então me puxou pela mão meio com pressa e meio com raiva de minha sesquipedal tolice.

Fiquei quase decepcionado com a calcinha bege e não muito pequena e recordista de sem-graça da minha amiga, o que foi vivamente compensado pelos magníficos pelinhos [surpreendentemente] claros que saltaram para minha visão e vida por entre suas coxas quando ela se colocou, mãos a se apoiar no colchão cor damasco.

Movemo-nos e gememo-nos, e a palavra amor parecia para nós tão estranha como um verbo no tempo futuro de algum dialeto do planeta Marte. E aquele momento [para mim e para nós] era único, vivido quando eu contemplava os cabelos negros e as costas macias de minha colega de doutorado.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Octogésima-oitava noite – O primeiro Topless

Tirei minha roupa para o primeiro namorado [boa moça que sou]. Depois para o segundo. A terceira paixão também me contemplou sem nada – e por ele, apareci para uma Legião.

Praia no Sul da Bahia, nudista ma non troppo. Eu e o namoradaço comportadíssimos a procurar um lugar na areia. [Já passáramos por uma mulher nua ao longe]. Encontramos um canto perto de moitas baixas. A uns dez metros da gente um rapaz moreno contemplava as ondas fraquinhas.

Estendemos a esteira. E eu [boa garota que sempre fui e continuando a sê-lo, embora não muito] levei minhas mãos às costas para o exato ponto do laço do sutiã, que se desfez ante meus dedos ágeis e em breve senti o ar baiano a acariciar-me os pelos claros em torno de meus bicos – em lugar nunca dantes pelo vento acariciado.

O namorado não soltou rojões nem me deu Prêmios Nobel – porque não tinha nenhum, pois, se os tivesse, conceder-me-ia às dezenas. Os olhos duplicaram de tamanho, a brilhar de ver os seios da sua namorada expostos para qualquer um ou uma que quisesse vê-los.

E o tal rapaz a dez metros aproveitou a oportunidade – nada tolo. Saiu de seu lugar, passou à nossa frente. Passo de tartaruga de muletas. Sentou de novo na areia, no outro lado. Passou de novo em frente. A cada passagem, discretas e efetivas miradas nos meus seios. Eu não podia reclamar – eu queria mostrar, ele queria ver. Nada de mais natural.

Foi o primeiro estranho que viu meus seios. O primeiro de muitos – a praia encheu, e depois teve outras praias. Por meio segundo achei esquisito. Depois adorei. Beijos.

domingo, 27 de março de 2016

Octogésima-sétima noite – Adorarei o que tens entre as coxas

Novo fiel, adorarei o que tens entre as coxas. Adorarei a boceta, racha, periquita, fenda, buraco, flor, raio-que, o-nome-é-de-somenos.

Novo sacrílego, seguirei rigorosa liturgia, com a reverência daqueles que creem. Muitos creem em muitos – deuses, entidades, promessas, escritos e ditados misteriosos.

Novo herege, eu creio em tua boceta. Quando estou diante dela, esqueço a vida presente, junto com a vida passada e a vida eterna.

Novo liturgista, obedecerei a rigorosa precedência, com a seriedade dos fiéis e com a leveza de coração dos que se sentem perdoados e amparados. Tu te assentarás em majestoso trono. Eu, humilde, pôr-me-ei de joelhos, como se deve em ocasiões de contrição. Suplicarei, quebrantado porém esperançoso, que a este humilde adepto seja concedida a suprema graça.

Novo remido, a graça me será concedida – tu levantarás o traje ritual [bermuda jeans ou vestido negro longo, tanto faz] e um último obstáculo apresentar-se-á antes do Paraíso – a tua calcinha-tanga rosa ou vermelha, os delicados pelos negros a sobrar. Suplicarei uma segunda vez [o caminho, bem o sei, é árduo e estreito].

Novo orante, serei arrebatado por tuas mãos, e minha cabeça será puxada para muito próximo da felicidade que não cessa – minha língua colará nela, e pronunciarei [dificultado por teus pelos] soneto que fale de amor e seios, e a cada verso serei recompensado por teus gritos.

Novo Perdoado, considerar-me-ei [depois da cerimônia] servo grato e indigno, e como o caminho exige eterna vigilância, suplicarei por mais e mais oportunidades de adoração.

sábado, 26 de março de 2016

Octogésima-sexta noite – Por ti vulgar serei

Por ti vulgar serei [e mais ainda] reescreverei o sentido da palavra vulgaridade. Inexistirão as sex-shops que não visitarei, ou melhor, elas existirão – as mais classudas, as mais família, as mais recomendadas a moças de boa formação – elas para mim serão inexistência.

Por ti comprarei tangas – as menores, e não só as menores – até sua cor será reles, desprovida de qualquer coisa que se possa parecer minimamente com classe. Violetas-chocante, amarelos-escândalo, vermelho-ver-a-quilômetros, rosa-a-parecer-profissional. E nenhuma será inteira – os tecidos chapados serão por mim eleitos coisa-de-virgem: serão elas transparentes, furadinhas, com aberturas no lugar exato – e exaltadas em propagandas ridículas como Naqueles momentos tudo ficará mais fácil. São essas que encherão meu carrinho e guarda-roupa.

Por ti desfilarei por aí com indumentária do tipo Não sou um anjo e esse cara ao meu lado me come e daí. No calçadão os tops começarão muito em cima no peito e as bermudas muito embaixo na cintura – ambas tão apertadas que haverá debates sobre se fazem parte da minha pele. Na areia da praia farei alternância – ou a peça de cima será microscópica ou a de baixo provocará discussões acerca de sua real existência. Estenderei a toalha de praia de cócoras e meu maiô fio-dental atrairá olhares de homens até a Groenlândia. Ou então o sutiã disputará com meus bicos um campeonato de extensão, com vitória nem sempre assegurada.

Por ti serei vulgar, e vulgarmente feliz serei.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Octogésima-quinta noite – Por quatrocentas gerações possuí Tássia

Durante quatrocentas gerações possuí a alma, o espírito, a mente, o resto e o corpo de Tássia. Fui Faraó [ela era serva hebreia] e eu [não sem crueldade] penetrei seu corpo bronzeado [o sol das dunas do Sinai] debruçada sobre uma Pirâmide.

Fui seu escravo [ela Patrícia romana – ela a chifrar loucamente o marido – como geralmente ocorre com as patrícias romanas]. Ordenava que me deitasse [escravos obedecem] e uma Torre de Pisa aparecia alta e orgulhosa – para sumir logo depois quando ela se sentava em seu trono.

Fomos jovens [ela de topless e sarongue] filhos da nobreza de alguma ilha polinésia lá perto do Taiti e corremos um atrás do outro em praia azul-turquesa. E com a testemunha de alguns curiosos caranguejos e golfinhos sacrificamos mutuamente nossas virgindades encostados em palmeira em ritual com muitos gritos e algum sangue.

De alguma forma [que nunca saberei explicar como] tornamo-nos visitantes em algum balneário de gente bem de vida no sul da Itália em 1938, e ela [tenista semiprofissional] debruçou-se sobre uma mesa e levantou a sainha branca. Fiz minha parte, deslizando-lhe a calcinha [também branquíssima] até a metade das coxas.

Fomos hippies em festa de libertação pelo amor livre em alguma ilha na costa estadunidense lá por 1969 ou 1970 – eu a possui seguidamente, ignorando [com algum desrespeito às regras] os protestos dela de que queria provar outros para ser realmente livre.

Por quatrocentas gerações possuímo-nos eu e Tássia, e continuamos.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Octogésima-quarta noite – Sexo Sem Amor

Imagino uma sala [luxo e cortinas e colchões] com a placa No Love Allowed – coadjuvada e explicada pelo anúncio em português Sem Amor Com Camisinha. No centro, o principal – uma mesa redonda [a forma é fundamental] de madeira muito reforçada [a razão virá logo depois] coberta por um colchão macio damasco [não tenha menor ideia por que essa cor].

Em volta da mesa cavalheiros [altos e baixos, louros e morenos, calvos e cacheados] e nessa diversidade toda só um elemento em comum – os falos muito duros, horizontais, ameaçadores.

Entre a mesa e os cavalheiros, um outro círculo – o das damas: algumas de cinta-liga, ou de vestido arregaçado até umbigo, outras com bermudinhas puxadas aos tornozelos.

Piscando umas para as outras, as damas começam a ação – debruçam-se sobre a mesa. Entre as coxas suaves tiras negras, ou alouradas, ou até arruivadas, surgem.

Os cavalheiros inevitavelmente imitam mais ainda barras de ferro e os doces buracos são penetrados, sem nenhum quede sem sua devida tampa. Olhos reviram e um par de gritos ressoa.

Seguem-se os tradicionalíssimos movimentos de entra e quase sai. Algumas olham para o olhar transtornado de delícia da vizinha.

A um sinal os cavalheiros saem. Tiram plastificação velha, trocam por outra. E penetram a fenda da mulher ao lado – todos trocam de companhia. Mais gritos.

Ali só não se sabe o que é Amor. Talvez alguma marca de refrigerante. 

quarta-feira, 23 de março de 2016

Octogésima-terceira noite – O Dia em que Kant descobriu o amor físico

Immanuel Kant [dizem] no dia seguinte ao dia em que completou vinte e um anos pensou em como salvar o mundo. A primeira questão que veio à sua analítica mente foi se o mundo queria ser salvo. E concluiu que sim. Para logo depois colocar sua resposta em dúvida – deveria salvar o mundo ou a si mesmo? Complexas meditações pelos pântanos nas periferias de Koenigsberg lhe informaram que a segunda parte implicaria a primeira.

Immanuel Kant [então] concluiu que deveria salvar a si mesmo. A segunda questão que se colocou em sua sintética mente é como fazê-lo. Para respondê-la, recorreu a velha tríade. Pensou em salvação pela alma: e anteviu jejuns, joelhos lanhados em oração, meditações sobre diferentes traduções das escrituras. Veio-lhe a salvação pela mente – tratados sobre Aristóteles e Traduções de Erasmo atabalhoariam suas horas e sua biblioteca.

E então Immanuel [aos 21 longe de ser o velho carrancudo das gravuras de enciclopédia] imaginou a salvação pelo corpo. Consequente em tudo, vestiu a melhor roupa, encheu a bolsa de talers de prata e procurou [não sem se informar antes] onde ficava o mais caro lupanar da Prússia Oriental.

E Immanuel Kant [dizem] durante 21 dias [não por coincidência o mesmo numeral de sua idade] mergulhou [tanto metafórica como realmente] no que o mundo tem de mais indecente e maravilhoso. Sobre as jovens e kantianas pernas roçaram outras pernas, de louras alemãs, morenas da Espanha, negras da Núbia.

E Immanuel concluiu que achara a saída. Mas decidiu ser egoísta e guardá-la para si – e dedicou sua vida a escrever livros que dizem aos homens para procurar o sentido em outras coisas e não no amor físico, onde verdadeiramente se encontra.

terça-feira, 22 de março de 2016

Octogésima-segunda noite – Você, o Presente

Eu seria [Tássia] um homem poderoso [Príncipe? Dono de minas de diamante? Banqueiro? Que importa?] e meus amigos me ofereceriam uma festa [smockings, vestidos longos, músicos que se apresentam na Champs-Elysées]. E eles e elas [bons amigos] me dariam um presente.

O presente seria preparado [Tássia] em uma sala ao lado [cada centímetro de sua alva pele seria umedecido, cada cacho de cabelo arranjado, cada pelo rebelde aparado] por amigas especializadas em beleza.

Na exata meia-noite o presente adentraria o salão de festas, entre música triunfal. O cabelo mais belo que os mais belos, a tornozeleira de diamantes, o perfume feito de encomenda na Chanel, o salto Dior da altura da estratosfera – e mais nada.

Você teria o mais fundo pesadelo e o mais divino sonho [minha cara Tássia]: estar nua entre centenas. Nenhuma observação, nem um pio – todas a admirar em admiração o presente – apenas com um ou outro cochicho quanto à sua beleza. Você avançaria [ladeada por moças belas, porém vestidas e mais baixas que você] e elas a ajudariam a deitar-se em um canapé de milionária seda verde].

E seria lá que eu tomaria posse do presente. A festa continuaria [os convivas a bebericar Chateau Lafite e as mulheres a lhe darem olhadelas rápidas] enquanto você seria por mim possuída [Tássia] na frente de todos, sem pudor nem pressa.

Depois [Tássia] já com meu smocking e meu copo de Dalmore safra 64 na mão, eu agradeceria o bom gosto dos meus amigos. E eles [gentis] responderiam que um homem como eu merece tudo.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Octogésima-primeira noite – Não meta por trás, Kerginaldo (e Marirejane)

Não tire minha pureza atrás, Kerginaldo. Eu sou inocente pelo bumbum, não me faça mulher por trás, por favor, Kerginaldo. Não levante minha sainha verde, e nem apalpe o que tem por baixo. Quando você me convidou para ouvir sua coleção de mp3, eu pensei que era para fazer o de sempre – eu deitava de costas, tirava a tanguinha e afastava o máximo possível minhas coxas. Não sabia que você vinha com essas ideias diferentes, Kerginaldo. Não se deixe seduzir pelas novidades – você sempre foi tão conservador.

Não me vire, Kerginaldo. Porque você quer que eu deite de bruços? Estou começando a pensar que você não está bem-intencionado. Por favor Kerginaldo, está parecendo maior que sempre – pela frente eu ainda aguento, mas de outro jeito é muito grande, e muito grosso – eu não sei se vai caber.

Por que esse creme, Kerginaldo? Esse aí, no tubo na sua mão – ai, é tão geladinho. Está me melando toda – promete que tira tudo depois? Sua respiração esquenta minha nuca, Kerginaldo – e nem posso te olhar nos olhos.

Aiai, que é isso, Kerginaldo, é a cabeça? Será que entra? Uiui, dói, Kerginaldo, por favor, tira, tira.

O quê? Tirou? Nada disso, não sou de fazer as coisas pela metade. Está com peninha? Mete, cachorro, sem dó, não vou perder a virgindade do bumbum pela metade. Ou eu sou uma mulher que já foi enrabada ou sou uma mulher que não foi enrabada. Enfia, cara, seja homem. Ai, que gostoso e que doído. Mais gostoso que pela frente. Imagine se fosse mais grossa. Aí é que ia ser. Ui.

domingo, 20 de março de 2016

Octogésima noite – Morrer de amor

Quase morri de amor naquela noite em que Ticiane Cristina me convidou para ouvir uns rocks pauleira de Herbert Karajan no seu quarto – e essa frase é bem menos romântica do que pode parecer. Dividíramos uns sete Alexanders [talvez com um pouquinho demais de vodca] e nem lembrei que o maestro clássico berlinense von Karajan jamais maestraria rocks.

Mesmo tonto como estava, se tivesse cronometrado não se teriam passado sete segundos antes que a recém-divorciada prima-do-sócio-do-meu-melhor-amigo tivesse deixado cair tudo o que a cobria abaixo da cintura. Vi-lhe o doce triângulo alouradinho, mais ou menos à distância de um metro.

Distância essa que se reduziria [creio que em outros sete segundos] a um centímetro, ou menos. Ronda Roussey [na verdade Ticiane Cristina, apenas naquele momento com tino de lutadora de MMA] cravou as mãos em minha cabeça e puxou-me retesando as veias dos antebraços contra a florestinha clara. Eu planejara tirar minha roupa mas não deu tempo, e foi de jeans e blusa do Iron Maiden que me vi puxado e retesado.

Não pude dar uma boa respiração antes do mergulho – o que pode até aparecer engraçado para quem nunca passou pela situação. Ticiane Cristina [mostrando o resultado da musculação cinco vezes por semana que fazia] me puxava com a força da bebedeira e da carência, e eu lutava para puxar ar – e o pouco que recebia era filtrado pelos pelos dela.

Com não muito exagero, percebi que minha única forma de voltar a respirar era fazê-la gozar – e ataquei loucamente seu clitóris com a língua. Felizmente deu certo – com dois gritinhos finos de faca ela relaxou.

Naquela noite de março descobri o que significa morrer de amor – e não era o que pensava.

sábado, 19 de março de 2016

Septuagésima-nona noite – Minha mulher com outro

Rompi a virgindade de Marielena Teresa na noite em que nos casamos e por isso imaginei que ela [boa menina, boa família e boa tudo] nunca toparia minha secreta [e talvez não tanto] veleidade de vê-la ao êxtase com um garotaço. Como ocorre com os sonhos impossíveis, comecei bem à vontade e devagar. Transávamos e eu falava como seria divertida uma variação naquela salada. Topava [como que por acaso] com modelos com pouca sunga e muito armamento e mostrava-lhe a rir [e rir muito para disfarçar] como seriam os gritos dela.

Ela sorria, tímida. Comecei a propor teatrinhos não muito inocentes – o roteiro era sempre o mesmo - eu de plateia, ela de superstar, e o coadjuvante seria um rapaz maior de idade e maior ainda de comprimento – e eu fazia o papel dele, à falta de outro ator.

Até que [não sei como – de uma forma ou de outra, e principalmente de outra] Marielena Teresa disse um sim. Engrolado, titubeante, mas sim. Apressei-me a arranjar o motel, a data, o principal [o falo e seu dono] antes de qualquer mudança de ideia. Ela ficou com poucas tarefas.

Confesso que me surpreendi quando vi o resultado do cumprimento de uma dessas: mostrou-me [não sem sorriso a rachar de orelha a orelha] a cinta-liga e a tanga de oncinha. Antes de pensar eu já dissera que com aquilo parecia uma go-go girl de boate das mais reles – e ela agradeceu.

E tirou tudo no Love´s Paradise na frente do coadjuvante que eu arranjara. Fui tomar uns dedos de uísque na saleta ao lado. Uísque bom – apenas seria melhor se o amor da minha vida não gritasse tanto.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Septuagésima-oitava noite – Não é uma história de amor

Kerginaldo viu Marirejane e vidrou no seu bumbum durinho, na bermuda curtinha que fazia brechas quando andava e na saliência bem definida no sutiã nas suas miniblusas. Não foi nenhum sentimento elevado, nenhuma admiração por sua inteligência ou sensibilidade, nenhuma vontade de nobremente dividir sua vida com ela. Essa não é uma história de amor.

O que Kerginaldo verdadeiramente queria da jovem Marirejane era usar-lhe a venda entre as coxas – e para tal finalidade todos os meios foram por ele declarados válidos. Sorriu, trouxe flores, telefonou às dez da noite, levou-a à Guerra nas Estrelas no cinema, esperou semanas enquanto esta se penteava e acumulou conversas sobre o talk-show que ela gostava. E quando desanimava [como todos os grandes homens às vezes desanimam] lembrava do buraco entre as coxas de Marirejane – e isso lhe dava forças para prosseguir.

A primeira fortaleza a cair foi a blusa, seguida de perto pelo sutiã – e os bicos rosados de Marirejane foram devidamente acariciados, chupados e lambidos.

E finalmente - como todos os grandes homens chegam à vitória [Dom Pedro I na independência, Churchill na democracia, Lincoln na unificação] um dia Marirejane apoiou-se em forte mesa de pinho e seus dedos abaixaram a tanguinha rosa até os tornozelos. E Kerginaldo teve seu momento de glória, e chegou ao final essa história que não é de amor.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Septuagésima-sétima noite – Masturbemo-nos, Carla Regina

Masturbemo-nos, Carla Regina [e o amor não existe]. Existimos nós [lado a lado] e [mais que nós] existem nossas mãos - a trabalhar intensas e rápidas cada um a si e por si.

Solitários a dois [talvez] sozinhos nunca. Roço teu braço no meu – o suor a se tocar e trocar doce, teus olhos entreabertos [o branco dos teus olhos, Carla Regina, a semelhar aos meus].

Tu sonhas comigo, ou com outro, ou com outra, ou com multidão – mas essencialmente consigo mesma, Carla Regina, pois [como diriam os sábios, se sábios realmente o fossem] quem se ama se masturba, Carla Regina – e mesmo quem não se ama deveria começar a fazê-lo.

Nossas pernas [a minha e a tua, Carla Regina] se entrelaçam, a se procurar e encontrar por acaso [cada um a imaginar sem conseguir o que imagina o outro] e assim passam os tempos e tempestades. Roçam nossos pelos e as respirações se promiscuem. Tornamo-nos indecentes [Carla Regina] não pelo que fazemos mas pela mistura ao fazê-lo – cada um a se concentrar em si derrete as barreiras e não consegue distinguir a fronteira para o outro.

Solitários [naves espaciais em universos paralelos] nossas mãos se estendem, cada uma em busca [tanto comovente quanto inglória] do outro. Tua mão sente o movimento forte da minha mão – a tentar sentir sem interferir – e a minha mão faz o mesmo na tua. Tocam [nossas mãos] cada ponto exato [cada sensação do outro].

Vivamos, Carla Regina, e masturbemo-nos [e o amor não existe].

quarta-feira, 16 de março de 2016

Septuagésima-sexta noite – A última noite de Pompeia

Dizem [e talvez não digam sem razão] que nos últimos momentos de Pompéia [ou talvez Constantinopla no dia da queda, ou Pearl Harbor na noite do ataque] um grupo [vendo seu mundo em iminente desabamento] decidiram se dar uma última festa.

A densidade no tempo pesava sobre eles [pois os momentos, sabiam, podiam ser os últimos]. No entanto, isso [em vez de lançá-los em preocupações sobre o futuro ou idealizações do que passou] os encharcou na imensidade do presente. Cada um [mulheres e homens] pensou como viver os próximos instantes, sempre únicos.

Se a pergunta foi individual, a resposta foi coletiva: sem combinarem, sedas deslizaram, cálices de champanhe [ou vinho] se encheram, falos muito rígidos surgiram acompanhados por triângulos macios e peludos entre coxas femininas, coadjuvados por seios fartos ou pequenos, morenos ou róseos, e homens e mulheres ou mulheres e mulheres se procuraram, desrespeitando a matemática de que tal encontro só deveria se realizar em pares.

Inusitado circo, cavaleiras e engolidoras de espadas misturavam-se a carruagens de gente – gente a respirar, lamber e gritar em êxtase e disparar cálidos jatos brancos sobre macios ventres e nádegas [lá fora a guerra ou a peste ou o terremoto grassavam].

E vivendo o presente [em momento por demais sublime para ganhar o tolo nome de orgia] aquele pedaço da Humanidade derrotou a desgraça [eterna habitante do ontem ou do amanhã] vivendo a eternidade do instante agora.

terça-feira, 15 de março de 2016

Septuagésima-quinta noite – Desvirginando

No dia em que completei quarenta e três aninhos desvirginei um rapaz chamado Guilherme Luiz – e tive cuidado em decorar seu nome para figurar na lista dos meus feitos. A vítima ideal – vinte e uma primaveras, vindo do interior, estudante de engenharia elétrica que morava em casa de cômodos. Para melhorar mais ainda, tímido – deixou-se envolver pela conversa da charmosíssima recém-divorciada [eu eu eu!] com um cálice de Alexander na mão.

Os primeiros vinte e cinco minutos de conversa foram suficientes para confirmar que Guilherme Luiz era virgem de tudo – exceto de dois beijinhos rápidos na boca de uma namoradinha séculos atrás em Rondonópolis. Calculei que o rapazinho deveria ser mestre na arte da satisfação solitária manual – e mais um cálice me deu ousadia para indagar isso na bucha. Ele se camaleou em verde, azul e rosa – mas disse que sim. Perguntei se se masturbaria pensando em mim, ele engoliu em seco três vezes. Perguntei se se masturbaria pensando em meu decote – e fiz um o quanto podia, apesar de minha gola não ajudar – e o rapazinho quase a desfalecer.

Mais outros vinte e cinco minutos e eu deslizava-lhe pelo falo [em um hotelzinho de letreiros neon violeta na frente] falo esse devidamente rígido e plastificado. Senti quase o prazer cafajeste de destruir um hímen – se ele o tivesse.

E assim usei o corpo de um rapaz chamado Guilherme Luiz. Não o amava e não o mais vi depois – embora de vez enquanto sinta falta, não dele, mas do calibre entre suas coxas. Sou cruel, não??

segunda-feira, 14 de março de 2016

Septuagésima-quarta noite – T&T – Tanga & Topless

Teresa Helena me convidou para uma festinha a dois e eu não sabia como me comportar. Namorávamos havia exatos vinte dias e eu [doente de timidez] ainda não sabia quando empreenderia a exploração da doce fenda da minha namorada, embora [como todo bom namoradinho] eu quisesse e muito.

Mais ainda quando me recebeu com uma beijoquinha no rosto e cheirou as flores que trouxe e disse que a festa vai ser T&T, OK? Ganhando Prêmio Nobel de estupidez perguntei o que era aquilo. Ela me explicou e meu pobre coração desafiou uma síncope. Perguntei mais tolamente ainda se ia fazer Topless. Ajeitando as flores no vaso me disse Porque não?

E um par de minutos depois apareceu com apenas um fio a segurar o triângulo azul de sua tanga. Acima, dela, nada a obstar a liberdade dos bicos escuros de exatos quatro centímetros de diâmetro de minha namorada. Ela ordenou que eu tirasse tudo, só deixando a bermuda jeans. [Ela dava as ordens]. Sentamo-nos no sofá.

Eu pensava se deveria tocar-lhe o peito, e se sim, se deveria começar pelos bicos ou mais embaixo – mas ela antes eu senti a sua mão a circular leve nos meus bicos – que se transmutaram em estado de alerta máximo. Mão esta que depois me pressionou o volume no meu jeans – até quase doer. Só então atrevi-me a lhe dar alguma resposta, e logo eu afastava o pano leve de sua tanga – sem saber se a tirava ou acariciava por baixo – e ela não pareceu se incomodar.

Minutos depois terminávamos solitários e juntos, cada um a trabalhar com as mãos entre as próprias coxas. Gritamos final e conjuntamente [a sua mão a sentir o meu iogurte]. Beijou-me no rosto e mordeu a língua, Tanga & Topless.

domingo, 13 de março de 2016

Septuagésima-terceira noite – Transa a duas

Grude de mulher é muito pior que gurde de homem, por isso fui devagar com Raquel Teresa. Homem, quando pensa em grudar, é só ser lembrado de que o grande sonho dele é comer e cair fora – agora, vai comer e querer compromisso?? – e geralmente funciona. Agora, mulher tem aquilo de só-uma-mulher-compreende-outra, abaixo-os-homens, etc. Saco.

Sempre admirei o bumbum durinho e o par de amplos seios de minha amiga Raquel Teresa até que um chute de um ex-namorado dela me deu a oportunidade de colocar a teoria em prática. Ela veio com aquela de homem-não-presta etc. e aproveitei para jogar o laço. Tive de [além de nos entupirmos de coquetel Summerfeeling reforçado com caipirosca] responder a tolas perguntas do tipo Você é lésbica? Você me ama? Você quer namorar comigo? E o preconceito? e [resistindo à vontade de lhe puxar as orelhas] garantir que só era diversão, que era aquilo e tchau, e era só um bom momento, etc
.
Depois de toda essa longa preliminar, chegou o momento mágico em que cravei os dentes no fio da cintura da tanga cor-de-rosa da minha amiga [seu jeans já arriado até os tornozelos] e pude confirmar [meu coração a desafiar uma síncope] que Raquel Teresa era loura verdadeira, amarela em cima e embaixo. O próximo passo foi [com velocidade glacial] percorrer a doce fenda cor de rosa da minha amiga de alto a baixo, enquanto esta desfazia meu rabo-de-cavalo ao amassá-lo com as mãos.

Não faço nada por caridade e logo depois foi minha vez – montei em minha amiga, seu nariz quase a desaparecer sufocado por meus pelos. Raquel Teresa se mostrou competente como nunca imaginei.


 Na volta falei o tempo todo de namorados, a deixar claro que era uma vez e tal. Bato na madeira para tenha entendido. 

sábado, 12 de março de 2016

Septuagésima-segunda noite – Minha esposa e o universitário

Casei-me com Antônia Marilene porque ela sempre foi uma pessoa de palavra. Quando dizia que estaria pronta para ir ao teatro em dez minutos, ela aparecia linda e maquiada em dez minutos de cronômetro. Quando dizia que no segundo semestre voltaria às aulas de espanhol, lá pelo começo de agosto ela já me saudava com um Buenos Días.

Quando noivos ela sempre me dizia que queria ser minha esposa e me amar e me respeitar, mas talvez tirasse a calcinha para um estudante universitário grande de atura e de outras coisas, só para se divertir.

Por isso não posso dizer que me surpreendi quando, ao chegar em casa [em meio ao tradicionalíssimo nheco-nheco de molas de cama] vi que as pernas lindamente abertas de Antônia Marilene abrigavam um garotão torneado, e a pilha de livros de engenharia do lado me indicava sua ocupação. Alguns caras se encheriam de indignação, discursos de vou-voltar-para-mamãe, etc. Eu [confesso] orgulhei-me de ter uma mulher tão cheia de palavra como esposa.

Claro que não fiquei só no orgulho. Deixei cair todo para sobre meu corpo e [quase tímido] dei um tapinha nas costas do rapaz e pedi para também tirar uma casquinha [afinal, aquela era a hora do amante, e não do marido]. Ele era de boa paz e me cedeu a única boceta ali disponível.

Boceta essa na qual nos alternamos [eu ao natural, ele emborrachado] e trocávamos palavras de incentivo um ao outro e de elogio ao buraco que nos dava tanta emoção.

Depois, claro que meu principal elogio foi para a mulher de palavra que tenho. E ela me disse que agora brincará com uma loira.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Septuagésima-primeira noite – Pequena e Grande

Melissa começou a namorar José Roberto e as três primas, as sete amigas e os 43 ou 44 colegas da Faculdade disseram a mesma expressão: corajosa. E ficavam a imaginar como se daria um encontro dos dois no finalmente vamos ver.

A expectativa se justificava pela diferença: José Roberto ex-jogador do clubinho de basquete encostava a cabeça nos céus com seus 1,93 metro. Melissa mal conseguia chegar aos 1,55.

Alegre, alouradinha, de corpo proporcional e ativa [como quase todas as baixinhas] Melissa não era exatamente uma anjinha. Ao contrário, na praia o seu maiô fio dental se caracterizava por ser muito entrado, a mostrar muito [na verdade quase todo] do seu bumbum muito torneado e durinho para os rapazes por perto e para o novo namorado. Nestas mesmas praias ela marcava forte a linha do bronzeado para nas festas de classe usar vestidos no qual o branco da marca do sutiã sempre ficava aparente.

O efeito de tais joguinhos se realizou inevitavelmente em um hotelzinho de letreiro em neon violeta na BR. Nem dois segundos depois da garota livrar-se da tanguinha, a mão desajeitada do jovem gigante amassou-lhe os pelos claros. Melissa franziu a testa e sorriu, à uma.

José Roberto [cheio de temores] pensava em tratar a amiguinha como se de porcelana chinesa fosse, mas esta não lhe deu tempo – caiu por cima dele e agasalhou-lhe metade do falo na garganta, fazendo José Roberto ficar tão portentoso no calibre quanto era na altura.

Depois a baixinha afastou ao máximo as coxas. José Roberto hesitou. A baixinha o puxou com tudo, como quem dispensa frescuras e atesta que não iria quebrar.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Septuagésima noite – Duas mulheres e um homem

Eu esfregava minha vagina na vagina de Maria Ângela quando José Rafael escancarou a porta. Estava uma noite de quinta sobremaneira agradável, pois os clitóris, tanto o meu como o de Maria Ângela, já se encontravam bem intumescidos, a se tocar e dobrar mutuamente, e dávamos quase que banho uma na outra, as duas a presentear a outra com muito mel de mulher. Tudo isso acontecia quando José Rafael escancarou a porta.

José Rafael namorava Maria Ângela e esta sempre fora sincera – gostava de garotas [daí a minha utilidade na história] mas seu lance era fundamentalmente aquilo que os rapazes carregam entre as coxas – daí a existência de um noivo e futuro marido.

Maria Ângela largou-me [não sem descortesia] e avançou para o cara [o qual em breve perdeu os jeans, camiseta e mais e tudo] e fiquei relegada a um canto a vê-la tentar bater recordes olímpicos de cabeça de falo na garganta, tentando devorá-la em profundeza sempre maior.

Vinguei-me oferecendo meus seios para José Rafael [gosto de garotas mas também não sou radicalíssima]. Meu objetivo era causar um pouquinho de ciúme em Maria Ângela.

E atingi meu objetivo por completo – pelo rabo do olho podia ver a carinha de animação e raiva da minha amiguinha quando do chupão nos bicos José Rafael foi descendo por beijinhos lentos porém com destino final certo pelo meu corpo. Para impedir-me de ficar com tudo, ofereceu-se de bruços e José Rafael presenteou-a por trás – e a dor que Maria Ângela sentiu [junto com o prazer] foi para mim a vingança completa.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sexagésima-nona noite – Duas vezes Sessenta e Nove

Sou ciumenta [nunca dividiria Marlos Roberto com ninguém] e tenho oculta vocação para atriz. Descobri esses dois fatores naquela noite em que saí com Marlos Roberto e minhas amigas Lenilda e Neila e os números meia e nove pareciam nos perseguir: no nome do bar [69 beers ou parecida coisa], no preço das batatas fritas e até nos sete cálices de vinho que entornamos, dos quais um derramou um pouquinho.

Foram esses vinhos que nos subiram à cabeça e lá me deram ideia – que tal passarmos o resto da noite em um motelzinho? Deixei firme que só eu faria algo com Marlos Roberto – o resto seria torcida.

E minhas amigas constituíram boa a torcida – a assistir o espetáculo - em pouco eu e meu noivamante servíamos de cobertor um para o outro – ele cobertor de baixo eu cobertor de cima – ele a fazer explorações com o nariz entre minhas coxas – eu a agasalhar seu falo entre meus lábios de batom gloss red.

E do palco eu [atriz] dava olhadelas à plateia. Em um primeiro momento minhas amigas riam e os olhos duplicavam de tamanho e brilho. Depois, a mão de Lenilda alisava a coxa de Neila, que dava o troco acariciando o pescoço da outra. Depois ainda o sutiã da minha amiga Lenilda já mandara lembranças, e pude apreciar a belíssima cor verde-turquesa da calcinha de Neila. Calcinha essa que em instantes desaparecia, assim como qualquer pano sobre o corpo de Lenilda, e minhas duas amigas [cachorrinhas famintas] lambiam-se sofregamente uma à outra.

Concluí que [não sem alguma crueldade] eu eletrizara minhas amigas, e meu ciúme as forçara a se consolarem como podiam. Foi assim que fizemos a conta 138 = duas vezes 69.

terça-feira, 8 de março de 2016

Sexagésima-oitava noite – O Compreensivo

Cheguei em casa e encontrei Helena Carla com um vestidinho estampado curto e a respiração afogueada. Para ter certeza coloquei meus dezessete centímetros para fora, confirmei que ela estava sem calcinha e coloquei os dezessete centímetros para dentro dela [agora um pouco mais pois havia ainda mais enrijecido].

Sua cona relaxada e quente [além de um fio de iogurte branco cortando os pelos pretos] me fizeram concluir que Helena Carla me traíra. Para ter certeza segurei-a pela cintura e me fiz de bate-estaca, e Helena Carla a revirar os olhos confessou que tentou, mas não conseguiu resistir; o pau do cara era [segundo Helena Carla] muito gostoso, além de grosso e teso, e [acentuou ela] maior que o meu. Que teve muita vontade de sentar naquela pica, e que sentou. E que esperava [em nome de nosso amor] que eu a compreendesse.

Para convencer-me Helena Carla ajoelhou-se e enquanto sua mão me percorria o falo de baixo a alto, acrescentou que os bagos do cara castigaram suas coxas com extraordinário ritmo, e que ele a colocou por cima, de quatro, e amassou seus seios até quase doer. Concluiu seu arrazoado apelando para que eu me pusesse no lugar dela e afirmou que, se eu boceta tivesse, faria a mesma coisa.

Ponderei os argumentos de Helena Carla e concluí que tinha razão, e seria perdoada, com a condição de que fosse por mim sodomizada. Ela virou-se, em plena aceitação do veredito. Perguntei-lhe se pedia perdão e se arrependia. Ela me disse que pedia perdão, mas não se arrependia, e na próxima ocasião faria de novo. Dei-lhe uma estocada mais forte. Helena Carla fez gritinho.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sexagésima-sétima noite – Entre as coxas de Cláudia Teresa

As coxas de Cláudia Teresa ao se abrirem revelam novos mundos e mares – que eu [novo Colombo ou Cabral] percorro armado em caravela [velas ao vento]. Cláudia Teresa ondula em doces marolas [a pele cor de jambo a roçar na minha] ou feroz tempestade rogue waves – tempestades perfeitas que tenho dificuldade [e que nem quero] dominar.

As coxas de Cláudia Teresa [lutadora de MMA sem sangue, doping ou esquema de imprensa] me trancam e travam – imobilizam-me e imobilizam-na [nós dois a revirar os olhos em desarmonia] até que a explosão de um invariavelmente detone o outro.

As coxas de Cláudia Teresa [doces mapas de penugem alourada] possuem caminhos [compostos de fronteiras entre o que a pequeninha tanga esconde do sol bronzeador e o que não protege] – caminhos esses que a ponta de minha língua percorre marcando limites como explorador antigo, demorando-me em cada ponto decisivo – enquanto a terra freme].

As coxas de Cláudia Teresa [ao se abrirem] permitem um explorar a um só momento escorreito e desafiante – desfiladeiro cânion que se estreita e amplia, sem nenhuma lógica a não ser a da trilha musical dos gritos.

As coxas de Cláudia Teresa [presente perpétuo] não permitem perguntas bobas de quantos descobridores já estiveram nas mesmas paragens antes. Pois descobridores não foram – descobridor de novos caminhos sou só eu [Cláudia Teresa] e apenas entre suas coxas.

domingo, 6 de março de 2016

Sexagésima-sexta noite – Catulo e a jovem

Dizem [e talvez não digam inteiramente sem razão] que um dia o poeta Catulo [aborrecido com a vida, os fétidos becos de Roma e as ameaças de Júlio César] entrou em um bordel no Trastevere. Pediu um vinho dos mais vagabundos da Etrúria.

Meio garrafão depois o jovem poeta [25 anos] levantou-se e [os marinheiros do Épiro e as rameiras da Bitínia sem lhe dar muita atenção] discursou que a vida não prestava, que os becos de Roma empesteavam o mundo e que Júlio César era um tirano [recitou Meu desejo de agradá-lo, César, é muito pequeno/ e nem quero saber se és branco ou moreno]. E acima de tudo reclamou de Clódia [amor, paixão e vida] que o traía sem traí-lo [Clódia era casada, com outro]. Comparou-a alternadamente ao arco-íris e ao estrume – até que desabou de tanto álcool.

Levantou-se e viu Clódia [ela sorria, entregue e inteira como nunca]. E levou-a aos fundos do bordel e amou com intensidade. Mas não amou Clódia, e sim uma jovem escrava de Tarsis, de cabelos enovelados e uma magreza comovente, que não se incomodou ao ser chamada de Clódia – pois profissionais não se incomodam.

Ao acordar de manhã [o sol nascia na colina Quirinal e César voltava de outra guerra] Catulo procurou a bolsa [vazia de dracmas, por gasto e roubo] e voltou para a domus. Estendeu a folha de papiro egípcio e começou Vivamos, minha querida, e amemos/ e as censuras desses velhos tão severos/ não valham para nós um só centavo – e a posteridade nunca soube que se referia a uma profissional do amor no Trastevere [como aliás, a posteridade nunca sabe de nada].

sábado, 5 de março de 2016

Sexagésima-quinta noite – Não te conheci virgem, Carolina Maria

Não te conheci virgem, Carolina Maria, mas me pretendo um cavalheiro, e cavalheiros desconhecem qualquer importância dos números ordinais: o primeiro, o segundo, ou o ser o décimo sétimo – para um cavalheiro [minha cara Carolina] estas ordenações não possuem verdade ou existência. Para mim e para ti [Carolina Maria] existe apenas o amor físico em seu suspenso presente [quase o eterno retorno das religiões mesopotâmicas].

Lembro [Carolina Maria] ou não me lembro [pois o passado enquanto tal não existe] de ti cercada de um lençol de seda cor damasco e a vestir dois brincos de prata e um delicado frescor de Chanel 5. Peguei-te pelos joelhos e afastei-os [e um doce caminho cor de rosa em meio a um bosque negro abriu-se para minha vida]. Ampliei-o mais ainda com minha mão [enquanto tu de lábios entreabertos entoavas uma prece à deusa Afrodite] e mergulhei em tua verdade [mais profunda que a Aletheia dos gregos e de Heidegger] e tive o êxtase [minha linda Carolina Maria] de te fazer um acompanhamento a uivar para a  lua.

Nesse ritual trocamos várias vezes de posição [Carolina Maria] democratas em essência que somos – um por sobre, o outro a suportar impactos. Dissemos confissões bem pouco inteligíveis no ouvido, com o uso de palavras nem sempre delicadas.

E nesse momento [de eterno presente] o passado [cuja existência ponho em dúvida] se esvai, e com ele os numerais, primeiro, segundo e restamos apenas eu, você e o presente [Carolina Maria] sem recuerdos ou simpatias.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Sexagésima-quarta noite – A professora universitária

- > Adorei essa historinha Les.
---- > Gostou?
- > Muito. Conta outra.
---- > “Lá vai. Imagine uma professora uma professora universitária chamada [digamos] Maira Helena.
- > Imaginei. Cabelos encaracolados, óculos de intelectual, trinta e nove anos, dez meses e dezesseis dias de idade.
---- > Isso. Pegou o espírito da coisa. E um par de seios apertados no sutiã, os quais chamaram a atenção de uma aluna de doutorado chamada Ana Letícia.
- > Oba.
---- > Sabia que iria gostar. Os rapazes geralmente gostam.
- > Ana Letícia é Les?
---- > Nenhuma das duas é. Ana Letícia é indecisa. Fase de experimentação, essas coisas. E quanto a Maira Helena, é hetero convicta. O que não impede de ter suas pequenas curiosidades.
- > Pula as preliminares.
---- > Ansioso. Pulo. São vinte e três horas e vinte e seis minutos da noite de um dia 4 de março, o ambiente é o quarto de Maira Helena. Imagina: o relógio de parede branco; o colchão felpudaço meio-bege meio-verde dobrado; a TV sem som; duras tangas no chão, a esverdeada da professora e a branquinha minúscula da aluna; e as duas a dançar Besame Mucho quase paradas ao centro, os seios menores de Maira Helena encaixando nos grandões da aluna bem mais alta.
- > Isso é o amor??
---- > Digo já. Trinta e sete segundos depois a ponta do nariz de Maira Helena se encontra a exatos quatro centímetros da tira de pelos alourados da aluna, Maira Helena ajoelhada ao pé do pufe, Ana Letícia a respirar fundo. Antes do ataque, a aluna pergunta:
-Você é lésbica?

- Não. Lésbicas se amam, querem viver juntas, querer casar. Deixa elas. A gente só quer curtir. E atacou.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Sexagésima-terceira noite – Histórias para Tássia – Tu e a tenista

Tu me disseste [minha querida Tássia] e me disseste lindamente direta: Prefiro rola. Mas também gosto da outra opção. E eu te vi relaxada no colchão [olhos semicerrados], uma revista [que se diz masculina] do lado, certa tenista louríssima a saltar da página em papel couché. Nesta cena [eu a pisar em sonho] movimentavam-se apenas os seus dedos [minha cara Tássia] a trabalhar ansiosos debaixo de tua calcinha feminissimamente cor-de-rosa.

A menina te excitou? perguntei e teus lábios murmuraram um sim quase mudo [a outra mão lânguida deixara cair a revista]. Imaginei a cena que se passara minutos antes – tu em uma lânguida tarde de sábado – tuas mãos ociosas a passar as páginas - a tal da tenista em suas tolas declarações ao repórter [como toda declaração a revista masculina se esmera em ser o suprassumo da estupidez]. E a esportista se desvelava [página após página, peça após peça de roupa caída] e o Tesouro [há outro nome mais adequado?] entre as coxas da jovem a te lembrar o teu próprio.

E eu a contemplar [minha cara Tássia] imaginei tua imaginação [tu e a tenista] dedos e línguas a se entrelaçarem, e coxas abertas a se encontrarem - pelos negros [os teus] com alourados [os dela]. E as trocas de posições [bicos a se roçarem leves], os dedos, um dois, vários, a procurarem ousados a profundidade uma da outra [sinfonia de gritos].

E no final [Tássia] tu me convidaste a entrar na festa e em ti, a me declarar Gosto de boceta. Mas prefiro rola – e me disseste linda e direta.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Sexagésima-segunda noite – Três histórias de Loba – História de não-amor

- > [Gilberte] Posso baixar o nível?

---- > [Marcelo] Deve. Vai.

“Marilene e José Roberto não se amavam. Apesar disso ou por causa, suas epidermes se colavam à perfeição naquelas vinte e duas horas e quarenta e cinco minutos daquele dia dois de março. Posição conservadora – José Roberto em cima de Marilene, esta a fazer campeonato de afastar os tornozelos, como ginasta. A cabeça levemente arroxeada e de diâmetro incomum parecia a Marilene cutucar-lhe a entrada do útero, os bagos como um doce metrônomo marcavam com o ritmo de suas pancadas aquela canção sem melodia – apenas com uma letra de gemidos.

Não se amavam e consciente e entusiasmadamente não se beijavam – seus rostos roçavam leves no movimento, as respirações a se misturar – cada um empenhado em extrair do corpo daquela outra pessoa o máximo de prazer. Marilene desfilava todos os palavrões que achava que um dia esquecera, José Roberto enterrava o nariz nos cabelos encaracolados, que lhe pareceram um aroma de cânfora.

Cada um disposto a fazer valer o máximo possível o momento, Marilene fez o impossível ao achar espaço entre os dois corpos grudados e a sua mão encontrou as duas delicadas esferas entre as coxas de José Roberto, a apertá-las até quase arrebentar. José Roberto dobrou-se como ginasta e conseguiu fazer desaparecer entre os lábios um dos bicos rosados de Marilene, também sem muito espaço para a delicadeza. Terminaram também conservadoramente, o homem a desenhar faixas brancas na barriga e seios da mulher.

Terminaram elogiando-se de quente e de garanhão – numa declaração de amor pós-moderna.

terça-feira, 1 de março de 2016

Sexagésima-primeira noite – Três histórias de Loba – Chave de pernas

- > [Gilberte] Gosta de MMA?

---- > [Marcelo] Detesto.

- > Então segura que vai. Outra história de mulher-de-40 – “Chave de pernas”.

---- > Manda.

“Quase uma finalização [é esse o nome mesmo?] de MMA. Helena Maria e seu par de divórcios e seu bem passável par de pernas se fecharam em torno do nariz de Leandro. Este viu o mundo escurecer - Helena Maria era muito negra tanto nos cabelos de cima quanto nos de baixo.

- Está gostando?

E ele tentou grunhir algo, a respiração filtrada através dos pelos da antiga namoradinha.

Encontro casual de ex-colegas de ensino médio – nenhum dos dois idoso, nenhum dos dois exatamente jovem. Mas os dois, principalmente a ex-colegialzinha tímida, a gotejar disposição.

Em um motel de nome idiota [como todo  motel tem nome idiota] tudo se seguia como nos conformes – o cavalheiro vestido de Adão e muito horizontal, a dama a vestir apenas brincos de prata e a ostentar uma selva entre as coxas a desafiar qualquer jovem.

No entanto ela subverteu o esperável aplicando-lhe quase chave de pernas e montando em cima do ex-coleguinha. Ele pensou que era só aperitivo. Mas as mãos dela o puxavam cada vez mais para si, e as coxas apertavam sua cabeça [a cabeça dela mirava o céu, os olhos a semicerrar, a boca a dizer bobagens]. Ele [com muita estupidez e pouco ar] pensou em estar sendo vítima de tentativa de assassinato – talvez uma deliciosa forma desta. Ela [a pouco se importar] perguntava:

- > Está gostando?

Ele tentava grunhir um sim.”