Liebe Frieda, du hast mir doch gesagt – você me disse, querida Frieda – só
que você não disse nada e nem se chamava Frieda, e nem eu Hans ou Gunther. Em vez
disso você me cravou os olhos azuis [que não são azuis – não somos germânicos] e
baixou a cabeça, sua doce cabeça muito
maior que a minha, que engoliu. [Em nossa volta o quarto de hotel de ridículo
rosa, e na noite fria da Keithstrasse, a rua Keith de Berlim, pouquíssimas
luzes dos predinhos na outra calçada].
Nem um pouco
germânicos, não éramos Tristão nem Isolda, e os cavalos dos heróis do Valhala pouco
se comparavam a os trens da U-Bahn, o
metrô que pegávamos de dia – nossos ouvidos entupidos com a voz metálico-computadorizada:
próxima estação – Bülowstrasse... Gleisdreieck...
Wittenbergplatz... – e eu mascava, sugava e engolia com meus olhos o seu
corpo escondido por camadas de roupas – roupas excessivas para aturar os cinco
graus que me faziam ter saudades dos Trópicos.
E eu descontava
com juros ins Bett, na cama onde eu lhe
prensava – fazendo de você um recheio de sanduíche – onde eu era uma das fatias
de pão e o fofíssimo edredom fabricado em algum fim de mundo na Áustria era
outro. Eu lhe tapava a boca para que você
não acordasse os fantasmas dos designers da Bauhaus,
que repousavam na glória dos gênios em um museu lá perto.
E treppamos,
minha cara falsa-Frieda, de mim, seu falso-Hans, pois você descobriu [no meu dicionário]
a palavra mais bela em alemão, Treppe,
escada – e você me disse enquanto mordia um currywurst
em um bistrô na Potsdamerplatz –
eu a querer morder seu pescoço.
Qual a mulher que não gosta de uma modidinha no pescoço, com carinho? hummmm lindo!
ResponderExcluirBeijinhos
Visite, Obrigada.
Prazeres e Carinhos Sexuais