segunda-feira, 4 de julho de 2016

Centésima-vigésima-sexta noite – Vulgares, minha deliciosíssima Tássia

Seremos vulgares [minha caríssima Tássia], vulgares na vulgar quintessência da vulgaridade. Não existirão [minha dulcíssima Tássia] bailes funk, forró eletrônico, música brega-techno mais rasteiros que aqueles que eu te levarei – sem deixar de mascar chicletes baratos, usar boné para trás e calças jeans apertadíssimas com enfeites de metal sem dispensar um cantinho de ferrugem. E em todos os anais da Humanidade não se registrará um chevette amarelo-dourado mais faiscante que aquele com o qual te levarei.

Nem os filósofos mais renitentes [minha preciosíssima Tássia], em suas exaustivas enumerações do ser, jamais cogitarão de tops mais apertados que aqueles que usarás {a forçar o silicone dosagem-jumbo dos seios em bolas a saltar] nem de bermudas de tecido quadriculado mais barato a marcar as bordas da sua tanguinha rosa-esfarelada de três réis a dúzia.

E vulgares os dois [minha aventureiríssima Tássia] entupir-nos-emos de caipirinha custo-lá-em-baixo [limões comprados no atacadão] e de música a destruir tímpanos, e nos chacoalharemos em baile a duas moedas a entrada.

E lá pelas seis [minha notívaga Tássia] puxar-te-ei para o banco traseiro do carraço e lá tu cantarás sinfonia de palavrões – reclamarás do tamanho, da rigidez, da firmeza, dirás que os 17 ou 57 anteriores não chegavam à metade, irás me insultar e pedir mais.

E nos abraçaremos [minha queridíssima Tássia] um abraço vulgar como só amantes como nós sabem fazer.

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