sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Centésima-quadragésima-quarta noite – Vejo [minha cara] a palavra clara

Vejo [minha cara] a palavra clara,
a palavra que continua com ce, principia com bo e termina com ta -
a palavra boceta.
[A tua].
E mais que a palavra [clara e cara] vejo a própria
que começa na junção das coxas,
cresce pela curva das ancas,
encontra-se na floresta fechada e negra
e termina a espiar de longe a depressão do umbigo.
Quero [minha clara] a palavra cara,
a palavra multimetaforizada,
a palavra espada,
mastro, torre de Pisa em pé,
ou qualquer metáfora para o simples monossílabo pau.
[o meu]
Imagino [cara e minha e clara]
a cena escura [ou quase]
meu pau a afastar os lábios da tua boceta
sem deslizar de filme porn nem gemidos de virgem.
No tamanho exato, caminho certo, concreto passo.
Almejo [minha e teu e nua, cara clara]
nós dois
[pau e boceta]
bem pequenininhos [depois]
um aninhado no outro
a sonhar com anjos
que também andam pelo Céu sem roupa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário