Levar-te-ei a uma orgia [Melissa Maria] e nenhum de nós
é santo. [Poderia ter escrito festa liberal, encontro de gente
moderna, wifesharing, swing ou qualquer neologismo estadunidense mas
preferi o mais claro, o mais óbvio. Pois somos claros, eu e tu,
Melissa Maria].
Tu usarás [durante algum tempo] uma tanga de um suave
vermelho-rosa que eu levarei dois séculos para escolher no catálogo
online, além de um sutiã de renda tão vaporosa que alguns
metafísicos de antigamente poderiam até duvidar que exista.
E não amarás [fisicamente ou de nenhum outra forma]
nenhum além de mim. Isso deixarei mais claro que pedra ao sol
brilhante [talvez para tua discreta decepção, Melissa Maria] pois
não és santa [eu muito menos].
Morenos, brancos, alemães, negros, canhotos – nenhum
deles terá importância [minha cruel Melissa Maria, e eu mais cruel
do que tu]. Não passarão de pedaços de carne [carne viva em um
açougue no qual para ti escolherei os melhores nacos]. Não serão
patinho ou alcatra – serão pedaços mais penetrantes, mas pedaços
de qualquer forma, a serem esquecidos depois do mesmo jeito.
E com os meus olhos comerei os teus olhos [teus olhos
marcadamente castanhos, Melissa Maria] enquanto recebes os presentes
– diferentes mas os quais cuidarei que sejam todos avultados.
Todos [italianos, negros, de olhos verdes ou da Romênia]
serão todos eu, Melissa Maria. Pedaços de carne a serem dados de
presente. E não amarás ninguém além de mim.
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