sábado, 5 de novembro de 2016

Centésima-quadragésima-quinta noite – Levar-te-ei a uma Orgia, Melissa Maria

Levar-te-ei a uma orgia [Melissa Maria] e nenhum de nós é santo. [Poderia ter escrito festa liberal, encontro de gente moderna, wifesharing, swing ou qualquer neologismo estadunidense mas preferi o mais claro, o mais óbvio. Pois somos claros, eu e tu, Melissa Maria].

Tu usarás [durante algum tempo] uma tanga de um suave vermelho-rosa que eu levarei dois séculos para escolher no catálogo online, além de um sutiã de renda tão vaporosa que alguns metafísicos de antigamente poderiam até duvidar que exista.

E não amarás [fisicamente ou de nenhum outra forma] nenhum além de mim. Isso deixarei mais claro que pedra ao sol brilhante [talvez para tua discreta decepção, Melissa Maria] pois não és santa [eu muito menos].

Morenos, brancos, alemães, negros, canhotos – nenhum deles terá importância [minha cruel Melissa Maria, e eu mais cruel do que tu]. Não passarão de pedaços de carne [carne viva em um açougue no qual para ti escolherei os melhores nacos]. Não serão patinho ou alcatra – serão pedaços mais penetrantes, mas pedaços de qualquer forma, a serem esquecidos depois do mesmo jeito.

E com os meus olhos comerei os teus olhos [teus olhos marcadamente castanhos, Melissa Maria] enquanto recebes os presentes – diferentes mas os quais cuidarei que sejam todos avultados.

Todos [italianos, negros, de olhos verdes ou da Romênia] serão todos eu, Melissa Maria. Pedaços de carne a serem dados de presente. E não amarás ninguém além de mim.

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