segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Centésima-quadragésima-sétima noite – Heloísa e as pupilas - uma transa a três (II)

  • Gilberte?
    Um par de minutos.
  • Gilberte?
  • Oi! Atrasada mas cá estou!
  • Como está o filho?
  • Quietinho. Dia de sorte hoje. Conta, vai.
  • A professora Heloísa e suas alunas?
  • Essa mesma. Anseio.
  • Lá vai:
Os olhos de uma certa Professora Heloísa [óculos de tomar metade do rosto, batom gloss bege, quarenta e poucos anos e um divórcio no currículo] circularam pela aula no primeiro dia da aula e bateram em Isabelle. Isabelle: vinte e três anitos, uma matrícula no mestrado, uma blusa com decote não muito sovina que lhe mostrava a alcinha do sutiã claroverde, no qual o olhar vagabundo da professora pousou. [A Professora Heloísa não era politicamente correta].
Nem politicamente correta nem psicologicamente ingênua: alguns aninhos de terapia a fizeram concluir que, depois de anos de joguinhos de algo-a-entrar-em-algo, queria uma variação. Não queria amor, não queria revolta: queria saber como era. E encontrou o que queria nas alcinhas do sutiã da recém-aluna Isabelle.
Nos cabelos escuros e lisos de Isabelle encontrou o alvo ou parque-de-diversões ideal: a garota só foi sua aluna por três semanas, passando depois da introdução à Universidade o curso para outro – ótimo pois aí evitava frescurites éticas. Terminara um namorico e viera do interior morar com uma tia convenientemente idosa. Perfeito.
A Professora Heloísa começou o cerco de idas a sorveterias e jogos de boliche, a duas.
Quando tudo parecia que se encaminhava para algum fim de noite com duas calcinhas uma sobre a outra em um canto de sala aconteceu algo inesperado...

  • O que foi? - perguntou Gilberta.
  • Tempo de reparar a escotilha. Continua amanhã.
  • Beijos. Ansiosa!

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