Serei Larissa, Loretta ou Morgana
[algum nome diferente assim], acoplado de algum estrangeiramento [MacCartney,
Strassburger ou Poyet] pois toda mulher-de-poder [nos filmes] tem um toque de
gringo no sobrenome. E tu [Antonio Marlos] serás Antonio Marlos – Biceps nos
trinques, olhos escuros como gosto, seis pares de centímetros a mais na altura
e salário dois dígitos menor que o meu. Serei a Chefe de Relações
Internacionais, Treinadora do Time ou Capitã encarregada de pôr na linha os
recrutas e tu temerás o meu poder – temarás o meu poder mas teus olhos não
descolarão da alça do meu sutiã que transparecerá na blusa apertadíssima,
only-for-you.
E te chamarei para conversa muito
séria no meu vestiário after hours [eu técnica], tudo vazio,
trancarei a porta e engancharei a chave no sutiã [cena de filme anos 40] e
revelarei [tirando a ponta da caneta dos meus lábios cobertos
de gloss vermelho-sangue] que que te flagrei [Antonio Marlos] a quase
beijar a estagiária do turno da noite ou a secar a minha saia justíssima, pouco
importa.
Direi que deverias te envergonhar e
como castigo mandar-te-ei ao chuveiro sem pena de gastar água – e voltar sem
nada [eu vestida]; tu em pé e eu na poltrona a verificar cada detalhe e cada
tamanho, eu como poder total e tu como estagiário, recruta ou qualquer outra
posição em que te possa reduzir a meu objeto. Objeto – cavalo ou moto que
dirigirei, posição exata, eu Loretta Poyet, Chefe, Capitã ou Treinadora do
Time.
Nenhum comentário:
Postar um comentário