Amantes modernos
[Vládia Teresa] modernaremos para valer. Seremos arroz de festa [Vládia Teresa]
umas festas muito animadas com amigos para lá de especiais, nas quais metade se
classificará não só pela simpatia e boa vontade mas pela centimetragem. E eu
deslizarei a microtanga de seda verde-transparente por suas coxas e lhe
oferecerei, posição de doce quatrinho. E a festa começará para nós dois – para mim
uma suave e dolorosa festa de mirar teu rosto a franzir os olhos e comparar-me
com os presentes que lhe darei – cada presente plastificado e longo.
Quanto a mim,
serei cavalinho para senhoras casadas entediadas, com seus maridos a observar a
cavalgada, sempre a subir e descer, e sair na H hora e ser por outra substituída.
Serei garçom muito especial entre vários, todos empenhados em servir com o
melhor de seus dotes a uma dama em êxtase. E com o canto do olho verei você a
conversar com uma amiga, e depois com outra, e até uma terceira [Vládia Teresa]
– amigas muito especiais em conversas especialíssimas, com seu rosto a procurar
a profundidade entre as coxas da outra [Vládia Teresa] enquanto a [muito amiga]
faz o mesmo com você.
E depois
disso [depois] vou lhe levar para casa [para a nossa casa] e esquentarei três
dedos de leite com um par de biscoitos, vou lhe abraçar e dormiremos juntinhos
e a ouvir a Berceuse de Brahms e sonhar
com uma nova festa.
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