Somos corretos
e dignos [Júlia Carolina] mas em meu sonho não o seremos mais. Aventureiros e
jovens, chegaremos a cidade estranha de terra vagamente liberal [que tal Praga,
ou melhor ainda Budapeste] e lá a falta de vil metal e o desejo de aventuras
nos puxarão para uma dessas boates da pesada. Bom casalzinho que somos, a proposta
será pura, quase inocente – só nos dois [monogamia total] fazendo de tudo
defronte à plateia.
Diante de luzes
faiscantes estroboscópicas e rock mais
que pauleira eu te porei de quatro [Júlia Carolina], você vestindo um par de
brincos de argolona para enfatizar o balanço do corpo, e mais nada. Eu sem ser
espadachim porém já em guarda desaparecerei
uma parte do meu corpo no teu – e indeciso, mudarei de ideia e sairei, para um
décimo depois visitar-te de novo, e depois sair, enquanto tu gritas uma ópera com
letras que só tu entenderás.
E não teremos
vergonhas ou vilezas [Júlia Carolina] e a quantidade da plateia (cem? Duzentos?
Novecentos e noventa?) para nós não passará de mero número [seu barulho só um
fundo sonoro, sua imagem sufocada pelos refletores amarelos]. E eu [em um palco
em alguma distante e liberal cidade] tirarei de ti todas as virgindades que algum
dia nem imaginaste ter, e, cercados de gente, estaremos sós [Júlia Carolina], na
solidão que [no fundo] sempre cerca os amantes.
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