quarta-feira, 1 de junho de 2016

Centésima-décima-quinta noite - Ariadne e Teseu

Ariadne tomou na mão de Teseu e o puxou para um cantinho escuro. Para um tantão deles – o Palácio com o estranhíssimo nome de Cnossos possuía dezenas de corredores, centenas de aposentos e milhares de portas. Tinha uma lógica, na verdade – como todo palácio real precisava de linhas de distribuição claras para que os soldados pudessem esmagar o populacho na hora das [raras porém previsíveis] revoltas.

Apesar disso [ou por causa de] Ariadne puxou Teseu para o 99º [ou o 736º] quarto [ninguém se deu ao trabalho de contar direito]. E [iluminados por uma janela do mais puro vidro púrpura da Fenícia] a jovem [não era semideusa nem gozava de qualquer privilégio do Olimpo] levantou a branquíssima túnica de linho a assentou-se no seu trono – e ao assentar-se olhou para os céus e elevou um grito – talvez para Zeus.

Teseu se fez de trono. Um trono estático, firme, disposto a conter qualquer possível escorregão ou queda lateral da sua utilizadora. A qual começou por indecidir-se – às vezes se levantava no trono, às vezes afundava-se no próprio. Passaram a fazer o ritual mais frequentemente que as cerimônias de Delfos e a partir daí as histórias se dividem, sendo que as hegemônicas afirmam que os deuses, abismados com a ousadia dos mortais, decidiram promovê-los à intermediária categoria semideusina.

Quanto ao Minotauro – esta lenda ter-se-ia originado de outra ideia de Ariadne, que um dia tomou da mão de Teseu e também a de um guapo rapaz moreno, que depois gerou história bem diversa. Mas quanto a isso não há consenso.

Um comentário:

  1. Um texto belo e muito curioso!

    Ficava feliz com a sua visita
    aqui- http://deliriosamoresexo.blogspot.pt/

    Bjos ;-)

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