Ariadne tomou
na mão de Teseu e o puxou para um cantinho escuro. Para um tantão deles – o Palácio
com o estranhíssimo nome de Cnossos possuía dezenas de corredores, centenas de
aposentos e milhares de portas. Tinha uma lógica, na verdade – como todo palácio
real precisava de linhas de distribuição claras para que os soldados pudessem
esmagar o populacho na hora das [raras porém previsíveis] revoltas.
Apesar disso
[ou por causa de] Ariadne puxou Teseu para o 99º [ou o 736º] quarto [ninguém se
deu ao trabalho de contar direito]. E [iluminados por uma janela do mais puro
vidro púrpura da Fenícia] a jovem [não era semideusa nem gozava de qualquer
privilégio do Olimpo] levantou a branquíssima túnica de linho a assentou-se no
seu trono – e ao assentar-se olhou para os céus e elevou um grito – talvez para
Zeus.
Teseu se fez
de trono. Um trono estático, firme, disposto a conter qualquer possível escorregão
ou queda lateral da sua utilizadora. A qual começou por indecidir-se – às vezes
se levantava no trono, às vezes afundava-se no próprio. Passaram a fazer o ritual
mais frequentemente que as cerimônias de Delfos e a partir daí as histórias se
dividem, sendo que as hegemônicas afirmam que os deuses, abismados com a ousadia
dos mortais, decidiram promovê-los à intermediária categoria semideusina.
Quanto ao Minotauro
– esta lenda ter-se-ia originado de outra ideia de Ariadne, que um dia tomou da
mão de Teseu e também a de um guapo rapaz moreno, que depois gerou história bem
diversa. Mas quanto a isso não há consenso.
Um texto belo e muito curioso!
ResponderExcluirFicava feliz com a sua visita
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Bjos ;-)