quarta-feira, 15 de junho de 2016

Centésima-vigésima-primeira noite – Aos que se amam como corpos

Nós nos amaremos [Ana Manoela] [e corajosos como somos] em um colchão de plástico, em meio a um ginásio, colocado no meio da quadra de vôlei, com uma arquibancada grande de entrar no Guiness – e vazia.

Imagino a você e imagino a mim [Ana Manoela] neste campo ideal, de amor e de batalha. [Pois você é forte (Ana Manoela) como as proposições de Wittgenstein e os socos de Cassius Clay/Muhammad Ali] – e camas maciíssimas cobertas com colchões cor de rosa e laços de fita ocultas atrás de portas trancadas a dezessete chaves não combinam [Ana Manoela] com nosso modo de amar. [Amar fisicamente (Ana Manoela) pois não concebemos outra foram de amor que não envolva braços e coxas].

Você pulará sobre mim e me trancará com chave de pernas, e eu chuparei alternadamente um e outro de seus seios a fazer com que vertam o leite que sempre desejei, seios esses que você em contra-ataque apertará um contra o outro a me sufocar a respiração. Colocá-la-ei de costas para visitá-la da forma selvagem e doce que sempre quis e você me apertará as orelhas com suas coxas – e suaves pelos negros filtrarão o meu olhar, a ver teun rosto a quilômetros lá em cima.

E gritaremos [Ana Manoela] como gatos ou lutadores, e a plateia [essa doce plateia inexistente] aplaudirá nossa performance – um aplauso carinhoso e inútil – dispensável aos que se amam como corpos, como nós.

Um comentário: