sexta-feira, 17 de junho de 2016

Centésima-vigésima-terceira noite – Amemo-nos como o poeta

Ama-me [Gisele Maria] à maneira do poeta cummings: a ação pensada previamente, a saia com centimetragem medida e pequena, jogada para cima em movimento elíptico que revelaria a tanga de puro vermelho a se afundar entre as doces bochechas negras. 

E eu te amarei [Gisele Maria] do jeito do poeta cummings – preciso, metálico. Cada estocada visará o âmago da tua alma [Gisele Maria] – cada estocada sentida, as úmidas paredes do teu interior acariciadas polegada após polegada pelo instrumento certo – o qual terás a impressão [Gisele Maria] de te atravessar por inteiro, ventre até a boca, sem qualquer conhecimento da palavra compaixão.

E Nós nos amaremos [Gisele Maria] como sonhou o poeta cummings, ou melhor [e como ele também sonhou] não nos amaremos. [A Expressão fazer amor para nós não passará de metáfora para virgens]. Nós nos interpenetraremos, no mais preciso sentido de termo – teus bicos já afundados em minha boca, tuas coxas a amassar minhas delicadas e másculas esferas. [Pois para nós (Gisele Maria) cada contração no auge vale mais que duzentos e noventa e nove versos apaixonados].

E tu sentirás o meu gosto [Gisele Maria] e eu sentirei o teu – e como o poeta cummings, pouco falaremos, muito faremos e no final pintarei uma aquarela em cor branca em tuas costas morenas [Gisele Maria], à maneira do poeta cummings, pois com ele aprendemos [eu e tu] que poesia e pintura caminham juntas, e ambas valem mais que qualquer declaração de amor.

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