Ama-me
[Gisele Maria] à maneira do poeta cummings: a ação pensada previamente, a saia
com centimetragem medida e pequena, jogada para cima em movimento elíptico que
revelaria a tanga de puro vermelho a se afundar entre as doces bochechas
negras.
E eu te amarei [Gisele Maria] do jeito do poeta cummings – preciso,
metálico. Cada estocada visará o âmago da tua alma [Gisele Maria] – cada estocada
sentida, as úmidas paredes do teu interior acariciadas polegada após polegada
pelo instrumento certo – o qual terás a impressão [Gisele Maria] de te
atravessar por inteiro, ventre até a boca, sem qualquer conhecimento da palavra
compaixão.
E Nós nos
amaremos [Gisele Maria] como sonhou o poeta cummings, ou melhor [e como ele
também sonhou] não nos amaremos. [A Expressão fazer amor para nós não passará de metáfora para virgens]. Nós nos interpenetraremos,
no mais preciso sentido de termo – teus bicos já afundados em minha boca, tuas
coxas a amassar minhas delicadas e másculas esferas. [Pois para nós (Gisele
Maria) cada contração no auge vale mais que duzentos e noventa e nove versos apaixonados].
E tu sentirás
o meu gosto [Gisele Maria] e eu sentirei o teu – e como o poeta cummings, pouco
falaremos, muito faremos e no final pintarei uma aquarela em cor branca em tuas
costas morenas [Gisele Maria], à maneira do poeta cummings, pois com ele
aprendemos [eu e tu] que poesia e pintura caminham juntas, e ambas valem mais
que qualquer declaração de amor.
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