Dizem que Kurt
Tucholsky depois de publicar o Frauen von
Freunden [no qual não sem crueldade desancou as esposas de seus amigos]
arrependeu-se. Pegou o chapéu no vestíbulo do jornal onde trabalhava – a Cortina do Mundo / Die Weltbühne –
trocou duas palavras como o novato Bertolt Brecht e saiu à rua. [O céu de
Berlim porejava uma neblina fina].
O poeta
desceu a Postdamer Platz [era meia-noite e três minutos e ninguém sabe quem
anotou a hora com tamanha precisão], dobrou à direita na Kudamm e se deixou
ficar em um café [dos inumeráveis cafés existentes naquele 1925] na Stauffenbergstrasse [que ainda não tinha
esse nome], pediu um brasilianischen Kaffee com uma gota de leite [sacrilegamente
para um alemão] e se deixou viver. Esqueceu Goethe e a Política, as lembranças de guerra e a eterna briga com o KPD
[o partido comunista].
Sentou-se à
sua mesa não uma Fräulein [naquela
noite quase dadaísta não havia senhoritas louras] mas uma morena [quase como o
café]. Os registros guardaram da garota [se é que existiu mesmo] as
sobrancelhas, o sorriso e o olhar [que, para o poeta, parecia dissipar a neblina].
Do resto da
noite só restaram especulações – de calcinhas baixadas até os tornozelos, saias
e camisas aterrissando em pontas de cadeiras e do poeta e de sua namorada a comporem
juntos [a entremear gemidos e gritos] um novo soneto que menores de idade jamais
poderiam ler.
O resto dos registros
se perdeu em algum bombardeio na Segunda Guerra Mundial.
Um texto cheio ed volúpia e desejo.
ResponderExcluirHoje, gostava de receber a sua visita
Bjos- Domingo Feliz
http://deliriosamoresexo.blogspot.pt/
Mais um fantástico conto erotico
ResponderExcluirBeijoos
Prazeres e Carinhos Sexuais