quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Centésima-quadragésima noite – Deita e abre as pernas

- É nessa pequena mesa. Daqui a trezentos segundos quero vê-la coberta com teus sapatos de salto altura da estratosfera, os meiões de seda, essa tanga fio-dental rubra que já entrevi pelo vestido violeta curtíssimo, o vestido violeta curtíssimo, o sutiã micro que nem precisava, e os brincos como cereja do bolo. Podes começar.
- Eu obedeço, meu senhor.
Passaram-se duzentos e noventa e sete segundos.
- Empilhaste as roupas direitinho.
- Está bem assim, meu senhor?
- Deita e abra as pernas.
- O máximo que puder, meu senhor?
- O máximo. Arreganha. Faz de conta que é bailarina.
- É satisfatório assim?
- Pega as pontas dos lábios e os afaste.
- Assim, meu senhor?
- Mais. Força.
- Melhor?
- Belo buraco. Profundo. Sou o primeiro?
- Não, meu senhor. Outros já adentraram o mesmo recinto.
- Imaginei, pela facilidade com que abriu. Sou o segundo? O sétimo? O décimo-quinto?
- Por favor, meu senhor, não saberei precisar números.
- Punir-te-ei por não me teres esperado.
- És muito dilatado e portentoso, meu senhor. Não o faças.
- Não terei quaisquer vestígios de dó. Prepara-te.
- Nenhum dos outros era tão aquinhoado pela natureza.
- E agora neste exato momento tomas o teu quinhão maior.
- Oh, meu senhor, meu senhor.

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