sábado, 22 de outubro de 2016

Centésima-trigésima-sexta noite – Amar-te-ei em Marte

Amar-te-ei em Marte [minha cara Tássia alienígena] e seremos [talvez inevitavelmente e por via de consequência] marcianos. Amar-te-ei fisicamente [minha esverdeada Tássia] pois Marte não conhece o fenômeno tão baboso e terrestre do romantismo. E eu desfarei a trança-ponte no teu cabelo [bem filme trash de ficção científica], rasgarei de um golpe, de alto a baixo, o teu macacão prateado [que nem mesmo um convenção de prêmios Nobel poderia entender por que toda marciana de seriado veste].

E onde serás mais mulher [ou marciana] tu serás negra, ou loura, ou púrpura, ou violeta, lilás ou nada [em Marte as cores não significam muita coisa]. Tu terás bicos de exatos cinco centímetros de diâmetro [Marte é matemática] com uma tonalidade perfeita entre o escuro e o rosa, sem esquecer um leve toque de verde [afinal serás marciana]. Traspassar-te-ei com meu falo de trinta centímetros [ou três quilômetros] – pois em Marte o espaço é relativo – e nos amaremos durante duas ou três auroras siderais, que dá algo como seis ou sete anos [o tempo também o é]. Penetrar-te-ei pela frente por trás e pelos teus marcianos lábios, tudo ao mesmo tempo [já disse que em Marte tudo é diferente]. Tu brincarás com minha semente, que flutuará [a gravidade em Marte não é lá essas coisas], fazendo-a atingir teu exato umbigo marciano.

E assim nosso amor físico terminará [em Marte todo amor é físico] ou continuará em assíntota infinita [pois em Marte, já disse, tudo é diferente].

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