Amar-te-ei
em Marte [minha cara Tássia alienígena] e seremos [talvez
inevitavelmente e por via de consequência] marcianos. Amar-te-ei
fisicamente [minha esverdeada Tássia] pois Marte não conhece o
fenômeno tão baboso e terrestre do romantismo. E eu desfarei a
trança-ponte no teu cabelo [bem filme trash
de ficção científica], rasgarei de um golpe, de alto a baixo, o
teu macacão prateado [que nem mesmo um convenção de prêmios Nobel
poderia entender por que toda marciana de seriado veste].
E
onde serás mais mulher [ou marciana] tu serás negra, ou loura, ou
púrpura, ou violeta, lilás ou nada [em Marte as cores não
significam muita coisa]. Tu terás bicos de exatos cinco centímetros
de diâmetro [Marte é matemática] com uma tonalidade perfeita entre
o escuro e o rosa, sem esquecer um leve toque de verde [afinal serás
marciana]. Traspassar-te-ei com meu falo de trinta centímetros [ou
três quilômetros] – pois em Marte o espaço é relativo – e nos
amaremos durante duas ou três auroras siderais, que dá algo como
seis ou sete anos [o tempo também o é]. Penetrar-te-ei pela frente
por trás e pelos teus marcianos lábios, tudo ao mesmo tempo [já
disse que em Marte tudo é diferente]. Tu brincarás com minha
semente, que flutuará [a gravidade em Marte não é lá essas
coisas], fazendo-a atingir teu exato umbigo marciano.
E
assim nosso amor físico terminará [em Marte todo amor é físico]
ou continuará em assíntota infinita [pois em Marte, já disse, tudo
é diferente].
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