Em um mundo perfeito Hamlet comeria Ofélia.
O Príncipe Hamlet [convenhamos] é um chute no saco de
joias e tesouros afanados pelo seu excelso pai [sem imaginação
nenhuma também denominado Hamlet]. Um ser rastejante naquele castelo
lúgubre a disparar indiretas que os pobres cortesãos da Dinamarca
só aguentam por ser ele filho da rainha. Isso no mundo de hoje.
Em um mundo perfeito Hamlet prensaria Ofélia em uma das
paredes de pedra do Castelo de Elsinore [preferencialmente uma que
desse para o sol, para a duquesinha não sentir muito frio];
pressionaria com seu joelho entre suas coxas até que ela as
afastasse; seguraria no seu queixo para obrigá-la a mirar na pupila
dos olhos dele [que não seriam indecisos]; esperaria que ela
fechasse os olhos em sinal de entrega e então lhe aplicaria um
desentupidor de pia que talvez provocasse um par de tremores de
terra na Polônia, na Noruega e algum outro reino vizinho.
E terminariam [muito depois] a contemplar juntinhos a
lua nórdica, deitados em rosas, ele a encaracolar no dedo algum
cacho da garota, os dois com muitas poucas sedas nobres a lhe cobrir
o corpo, ou nenhuma.
E não haveria drama, mas ninguém sentiria falta.
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