Mentiram-me, Tássia, e mentiram-me desde que nasci: as moças são mais delicadas, meigas, rivalizam
com flores e por falar em flores você estraçalhou essas crenças como se faz
com pétalas. Peitos amassados, bagos estapeados, nádegas vermelhas de palma de
mão – no que fazemos [Tássia] vale [quase] tudo ou mais que isso. Penetra-se,
agarra-se, puxa-se, amassa-se. E a dor [Tássia] não é tímido penetra que queda
pelos cantos a filar salgadinhos nas travessas – ela é convidada de honra na
festa, assentando-se na cabeceira da melhor mesa e permanecendo por muito tempo
depois que os outros convidados forem embora – no dia seguinte meus bagos ainda
acusam o resultado da jornada, e você tem de usar sutiãs mais folgados para evitar
a doce dor do aperto.
Dizendo não ao correto político cai um em cima do outro
[transformado em vítima] e bate, aperta e penetra, reduzindo-o a objeto a ser usado
ao prazer-bel, com total desnecessidade de licenças e completa desconsideração
por gemidos e outros ais – e boca do outro permanece por muito com o exato
sabor.
Violentos e amantes [cara Tássia] somos nós em um mundo de
pessoas decentes e comportadas – coisas que não somos, e o êxtase e a dor nos lembram
isso.
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