quinta-feira, 14 de abril de 2016

Centésima-quinta noite – Apaixonado, Maria Laura

Podes me chamar machista, Maria Laura, mas eu estou apaixonado por tua bunda. Não pelo teu doutorado em filosofia, pelas histórias incríveis que tu trouxeste da tua viagem a Istambul ou pelo jeito carinhoso com que tratas os cãezinhos da rua.

Podes me considerar cafajeste, Maria Laura, mas eu quero penetrá-la. Não à tua inteligência, por si tão penetrante dos problemas da cognição matemática, mas à tua bunda, Maria Laura. Quero segurar pela cintura, saborear cada milímetro a desaparecer no teu universo, enquanto tu de olhos fechados recitas um soneto de Camões de trás para diante.

Podes me julgar um tolo, Maria Laura, mas por ela eu abriria mão de dois Prêmios Nobel, sete milhões de dólares, da possibilidade de criar algum software revolucionário ou alguma vacina que empurraria meu nome em futuras enciclopédias. Não abriria mão por ti, Maria Laura, mas por tua bunda – por apalpá-la, sentir-lhe a firmeza e maciez.

Podes me denominar sacrílego, Maria Laura, mas eu desistiria de ter meu nome em igrejas, aliás, esqueceria até seus endereços. E ela seria o meu lugar sagrado, Maria Laura, a tua bunda, sem esquecer a coadjuvância dos teus seios e coxas e demais.

odes me apelidar alienado, Maria Laura, mas seguiríamos nós dois na vida: tu, a líder, na frente, eu, Maria Laura, o liderado, atrás de ti, logo, muito colado atrás de ti. E olharíamos os dois pela vida afora, nossas respirações a se misturar, nós dois a olhar sempre na mesma direção, Maria Laura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário