terça-feira, 12 de abril de 2016

Centésima-terceira noite – Quase virgem

Cafajesticamente desvirginei Manoela Maria sobre o capô de um Porsche 322 vermelho, detrás da porta da garagem trancada de um quarto de um motel na Avenida do Contorno ridiculamente denominado Lovers´ Paradise. Não foi tão difícil como imaginava: seu salto mais-para-alto deixava-lhe o bumbum empinadinho, e a saia jeans e tanguinha violeta enfiadinha não representaram obstáculo de exagerada monta. [Aliás a tanguinha me dera a suspeita tanto tola quanto inútil de que minha imaculada amiga assim já não o fosse, ao contrário do que me protestara com alguma solenidade metade de hora antes].

Dividia com Manoela Maria e alguns outros uma sala como alunos no Curso de Alemão, mas nenhum de nós dois demonstrava interesse excessivo nas conjugações do verbo sein ich bin, du bist, er sie es ist, ela por que não queria saber mesmo, eu porque o que restava para ver entre os joelhos e o começo de suas saias ou bermudas me desconcentrava [boa desculpa].

Aliás foi o que se podia ver acima dos joelhos que me levou a convidá-la para um par de sucos ou chopes ou que mais no sábado depois do curso. Desceu do prédio com uma flor no cabelo encaracolado, e eu sonhava em vê-la apenas com a flor no cabelo encaracolado e mais nada. Cinco minutos depois eu sabia de sua condição de zerada.

Cafajesticamente perguntei a Manoela Maria se ela era realmente iniciante, enquanto lhe dava estocadas sobre o capô vermelho de um Porsche 322. Ela me disse que era. Por hoje. E pelos últimos dois dias também. Mas não pelo fim de semana anterior. Nem pelo outro. Nem pelo mês passado, ou por nenhum mês do ano até 2012. Dei-lhe esticada mais forte. Manoela Maria fez gritinho.

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