domingo, 10 de abril de 2016

Centésima-primeira noite – Como nem todos os homens

Pela centésima-segunda vez naquela rodada de bar à noite minha ex-colega Marielena Teresa me falara a mágica frase homem não presta, e eu me limitara a empunhar meu copo long neck repleto de Alexander e vodca – recusei-me a defender a nobre categoria a que pertenço. Desnecessário enfatizar que Marielena Teresa terminara pela 13ª vez o 31º namoro, e afogava comigo as mágoas – afogava mesmo, um doce afogamento em copázios de Alexander.

Quanto mais o tempo passava menos eu gostava da cara de meio-bêbada que ela fazia, ou gostava mais, de acordo com o ponto de vista. Perguntou-me o que eu faria se namorasse com ela – e foi logo adiantando que não adiantaria dizer que a amava, sempre ficaria com ela e nunca sequer olharia para outra, pois eu era um homem e todo homem era safado e mentiroso.

Eu disse que não eu, ao contrário dos outros, eu não era mentiroso, e antes que ela rebatesse continuei – não era mentiroso pois apenas a levaria para um motel, comê-la-ia, deixá-la-ia em casa e sequer ligaria no dia seguinte - apenas na semana seguinte, quando quisesse comê-la de novo.

Ela ia me chamar de mentiroso mas viu que sua crítica seria injusta e calou a boca. Detonou mais dois Alexander e me chamou de cafajeste. Perguntei porque, já que eu dissera a verdade. Ela me mandou ficar calado, pagar a conta e dirigir o carro. Fiz o que mandou. Mandou dobrar à direita. Dobrei. Era o Dream´s Paradise.

Saímos três horas depois. Ela me disse Não vá fazer como todos os homens. Só me ligue daqui a uma semana, para me comer de novo. Cumpra sua promessa.

Um comentário:

  1. Sempre com estórias interessantes e excitantes.

    Deixo um beijoo
    Caso queira visitar, aqui:» Prazeres e Carinhos Sexuais

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