Explícitos, Tássia. E claros e
diretos. E toda uma coorte de adjetivos que só expressam uma total falta de
carinho, ternura, paixão, decência e outras bobagens que inexistem neste quarto
de iluminação branca de chapa e esta mesa na qual a ponho [Tássia] e na qual
minhas mãos abarcarão [quase] suas coxas e as afastarão, cada um uma em
hemisfério diferente.
Olho no olho, desconheceremos em sua
completude o significado dessa estranha palavra amor [talvez a marca de algum
novo brand de bebida energética]. Saberei, no entanto, o triângulo
misto de poliamida e algodão semitransparente com pseudobordados de folha de
parreira que lhe envolve – envolve muito pouco de você, de tão pequeno que é. Isso,
claro, antes de se tornar o monte de farrapos no que eu [selvagem talvez] o
transformei, a fazer companhia no solo à tua minissaia, a uma só feita branca e
nada decente.
E suas mãos me empurrarão [sem ternas
carícias ou juras eternas] contra a parede, e os sapatos, meias, jeans e o
resto se farão companhia no chão, e serei cola na parede [você será algum
cartaz dadaísta ou de show de música eletrônica, e a parede será a parede] – eu
no meio, recheio de sanduíche, e entre nós dois não haverá segredos [Tássia], não
por conjunção de almas ou por algum diálogo respeitoso e adulto, mas porque não
existirão mais panos ou botões a nos separar, e por que haveria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário