segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Centésima-septuagésima-terceira noite – Teu escravo

Brinquemos [minha cara Tássia] ou não: levemo-nos [muito a sério]. E na nossa brincadeira [que não o é] tu serás Cleópatra, e eu teu escravo. Não, nada de Cleópatra. Não toleraria pensar em Júlio César e Marco Antônio e te dar beijos [e mesmo escravo terei ciúmes].

Melhor: princesa chinesa [sobrinha-neta de Confúcio, que o velhinho previu que faria muitas sapequices na vida] mas não. Digamos, jovem Rainha de algum reino na beira do lago Balkash lá pelo século XIV.

Tédio e devassidão, como toda jovem Rainha que se preze, e eu [sem nenhuma originalidade na história] serei seu escravo: alto a roçar na porta da alcova imperial, os tríceps e peitorais a saltar, pele de tigre a fazer de tanga.

E tu me rodearás a contemplar cada detalhe do teu objeto [serei teu objeto, lembra? Teu escravo]. E a falta do que fazer te fará ter ideias de como se distrair nessa noite [nas noites antes do Netflix, que convidavam a devassas distrações].

Tu farás voar a lembrança do pobre tigre [e ninguém contém as mãos de uma Rainha]. E como toda soberana, no fundo pensarás apenas no tamanho dos seus domínios.

E então serei inteiramente sua posse – posse inteira, que não espera a dona dar ordens: os peitorais e outros músculos servirão para te eliminar qualquer tecido supérfluo e te erguer mais alto que qualquer outra mortal [Imperatriz que serás] e te colocar com firmeza e cuidado no teu trono.

E seremos escravo e Rainha [minha cara Tássia] e os livros de história não lembrarão de nós.

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