La Verdadera Vida de Ernesto Guevara [Buenos, Aires, 1976 ou 1977] nunca chegou a existir.
Ou quase – a Ditadura Argentina inexplicavelmente mandou queimar os setecentos
exemplares alegadamente impressos dessa brochura de qualidade duvidosa – inexplicavelmente
pois se tratava de obra radicalmente de direita. Dela só restaram pedaços,
publicados no suplemento literário do La
Nación nos quatro domingos do agosto de 2005.
De fato tal obra [inicialmente
atribuída a Borges, depois a Bioy, e posteriormente a ninguém, sendo ninguém um autor ou autora no anonimato]
ganhou um lugar – [modesto, vá] no já modesto Panteão da literatura erótica.
O enredo começa com um jovem
Guevara dobrando à direita na calle
Mendoza em uma noite de novembro de 1946. [Na verdade dobrou à esquerda, topou
com uma livraria de traduções de livros de revolução e o resto todos sabem].
O verdadeiro Ernesto [segundo o livro] encontrou um amigo, este o
levou a conhecer umas moças mui libres,
e o garoto de dezoito anos extasiou-se pelo amor carnal e não mais parou. As
descrições de festinhas sem muita roupa, a dois, a três, a trinta, chegam a ser
monótonas de tão recorrentes.
Curioso que os dois Ches morreram cedo, o Che do livro mais cedo ainda, com 38 [o outro
teve um ano a mais].
A única vantagem [pelo menos
segundo o reacionário autor ou autora] é que, ocupado em tirar sutiãs, o Che do livro não pensava em revoluções.
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