Funkeira Tássia, arrasaremos em baile
Funk. [Serás MC Tássia pois toda funkeira tem iniciais]. E eu serei MC Marcão,
Paulão ou Ricão – e essa tempestade de aumentativos não dirá respeito à
enormidade dos meus conhecimentos de álgebra ou epistemologia. Vulgar sem
dúvida mas seremos vulgares [Tássia] – tanto quanto o meião rede de pescador e
as botas cano longo vermelho-sangue de plástico que usarás além do microshort, e
o meu jeans apertadíssimo a multiplicar cada saliência abaixo dele.
Para lá do para lá,
curva-faz-o-vento, iremos ao galpão – pleno de tchutchucas, tigrões, bondes e demais
nomenclaturas inacessíveis aos não-iniciados. Faremos dança [malfeita, mas quem
se importa com os esmeros da arte coreográfica?]. E não será bem dança – serás
sol [ou Planeta Júpiter talvez] e eu uma de suas luas – tu te baixarás até o rés
do chão a sacudir mesmo o microbustiê e o pingente agarrado ao inevitável
piercing no umbigo. Eu [a mandatória camiseta regata a salientar os bíceps e tríceps]
piruetarei em tua volta e tentarei por seis vezes colar lábios-em-lábios – e tu
me empurrarás dizendo que os três ou dezenove anteriores eram muito melhores, e
cada insulto me fará quedar mais perto.
E na sétima vez [no previsível
beco-lá-atrás] serei papel colado na parede e serás papel também, entre eu e o reboco.
Explorarei a marca da tua lingerie e borrarei o batom gloss brilhento-púrpura.
E tua mão se declarará inextricável inimiga do meu zíper.
Arrasaremos [Funkeira Tássia] em
baile Funk.
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