Eu seria então
estadunidense, piloto da Força Aérea Americana, deslocado para serviço em naves
espaciais. [Terei nascido em Cincinnati ou no Brooklin mas meu destino
levar-me-ia bem longe]. Exibirei cabelo preto, figura esguia, habilidades para
manejar jatos hiperatômicos e tomarei como função levar uma família para a
galáxia de Alfa Centauro. Em outras palavras eu seria o Major Don West. E tu
serias Judy Robinson – cabelos de ouro e olhos azulíssimos a contrastar com irmãos
e pais com os quais não pareces ter nada em comum.
Passearíamos por algum
planeta perdido [essa família sempre se mete em algum planeta perdido] e
[distraidamente de propósito] nós nos desviaríamos por detrás de algumas
daquelas pedras obviamente de papelão – a única forma de nos livramos daquele
robô boboca e daquele menino Will de voz gasguita, sem falar naquele chato
falso Doutor que sempre se mete em encrenca].
E então [Judy] a trinta mil
anos-luz de distância tu me empurrarás contra alguma árvore de plástico,
tirarás a trança de ouro e o semblante de boa moça do caminho e com as duas
mãos abrirás o macacão prateado – a mostrar-me aquela firmeza total e enigmática
debaixo dele – o qual logo se amontoará inteiro ao chão, mal coberto pela minha
roupa igual. E me empurrarás [Judy Robinson] contra alguma rocha mal construída
e mesmo no sideral espaço serás louríssima amazona.
Antes que anunciem o
episódio da semana seguinte.
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