segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Centésima-quinquagésima-oitava noite – Mata Hari, minha cara

Devassidão e Indecência: a história licenciosa e imoral da célebre espiã Mata Hari – é esse o péssimo título do livro [minha caríssima Tássia] e tal livro nunca foi escrito. Se o fosse [minha leitora Tássia] ele o seria por mim.

Tu [é mais que claro] serias Mata Hari – um cobra a se enrolar no corpo em números de strip-tease para oficiais franceses, a tanga de miçangas a ser tirada em câmera lentíssima. E eu seria Jean Marcel [major, bigode louro e planos secretíssimos de guerra no bolso da galocha].

E em troca desses planos [minha espioníssima Mata Hari-Tássia] eu [em completo desafio ao patriotismo, à lealdade e ao bom senso] te deitaria em mesas de bilhar [tu a beijar o pano verde], seria teu liderado [você minha chefe, por cima de mim e de tudo]. Iríamos [juntos, minha forte Tássia] para frente na vida, o que não me impediria de [por vezes] ficar por trás, bem por trás de ti, minha cara Tássia, muito próximo, enquanto tu de olhos fechados gritarias alguma quadra de Molière de trás para diante.

E um dia [é claro] seríamos pegos [como os espiões sempre o são]. Juízes com pele de tartaruga recriminariam nosso desamor pela pátria, nossa desonra e falta de pudor, e iríamos juntos [minha inefêmera Tássia] para a masmorra ou paredão, pois já teríamos vivido a eternidade do momento.

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