Ed Wood gravou nas três
últimas semanas de 1950 [em um galpão enferrujado no subúrbio oeste de Newark] as
trinta ou trinta e uma [nunca se soube ao certo] cenas de um filme licencioso [e essa qualificação
pudica se deve ao próprio Ed Wood, o qual, contrariamente ao que diz a fama,
era um tanto pudico].
A obra [se é que se pode
chamar de obra a um filme do alegado pior cineasta do mundo] ocupou sete rolos
de celuloide e somente alguns poucos sortudos [se é que se pode chamar de
sortudo a quem o viu] puderam apreciá-lo antes de sumir nas estantes da
Comissão pela Decência [a mesma que por décadas regeu os filmes de Hollywood e
que se tornou célebre por proibir umbigos].
Influenciado por seus
clássicos-ao-inverso de ficção científica [ao inverso por serem exemplos de
filmes ruins] a filmagem de Ed Wood [a qual permaneceu sem nome] tinha como
protagonista uma venusiana [um tanto ridiculamente] denominada de Vênus, a qual
[junto com suas e seus comparsas de planeta] tinha como objetivo a conquista do
Planeta Terra através da sedução carnal aos líderes e cidadãos e cidadãs
proeminentes do mundo. Como uma criatura verde [que ao tirar o sutiã verde
mostrava os seios verdes] poderia seduzir alguém, o filme silencia.
De qualquer forma acha-se
que a verba foi cortada não por pudor, mas por insinuar que os líderes podiam
ser seduzidos de forma tão reles. O que não deixou de ser um motivo político.
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