domingo, 22 de outubro de 2017

Centésima-sexagésima-segunda noite – O Pior Filme Erótico

Ed Wood gravou nas três últimas semanas de 1950 [em um galpão enferrujado no subúrbio oeste de Newark] as trinta ou trinta e uma [nunca se soube ao certo] cenas de um filme licencioso [e essa qualificação pudica se deve ao próprio Ed Wood, o qual, contrariamente ao que diz a fama, era um tanto pudico].

A obra [se é que se pode chamar de obra a um filme do alegado pior cineasta do mundo] ocupou sete rolos de celuloide e somente alguns poucos sortudos [se é que se pode chamar de sortudo a quem o viu] puderam apreciá-lo antes de sumir nas estantes da Comissão pela Decência [a mesma que por décadas regeu os filmes de Hollywood e que se tornou célebre por proibir umbigos].

Influenciado por seus clássicos-ao-inverso de ficção científica [ao inverso por serem exemplos de filmes ruins] a filmagem de Ed Wood [a qual permaneceu sem nome] tinha como protagonista uma venusiana [um tanto ridiculamente] denominada de Vênus, a qual [junto com suas e seus comparsas de planeta] tinha como objetivo a conquista do Planeta Terra através da sedução carnal aos líderes e cidadãos e cidadãs proeminentes do mundo. Como uma criatura verde [que ao tirar o sutiã verde mostrava os seios verdes] poderia seduzir alguém, o filme silencia.

De qualquer forma acha-se que a verba foi cortada não por pudor, mas por insinuar que os líderes podiam ser seduzidos de forma tão reles. O que não deixou de ser um motivo político.

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