Seremos
velhos [Tássia] e não seremos santos. Um dia [minha querida Tássia] tu terás sessenta
e cinco [e eu rodearei por uma década a mais]. Tu não serás tão diferente, nem
serás a mesma. [Nós não seremos – aliás mudaremos principalmente porque teremos
rasgado qualquer e todo vestígio de pudor – esse luxo dos menos-de-quarenta].
Eu
te verei inteira, Tássia. O que eu não verei será o presente que te darei, pois
tua boca o terá envolvido metade, rijo e a brilhar de tensão e borracha. [O
presente virá acompanhado de um garotão, Tássia. De seus 30? 35? De idade, Tássia
– com a centimetragem a ser ponto também forte].
Nos
intervalos te consolarás [Tássia], com a tua experiente mão esquerda entre a
penugem muito leve entre tuas coxas, enquanto com a direita acariciarás outra
coxa [a do presente] e eu também me consolarei [como se adolescente fora, olhos
colados na velha Playboy].
Tu te
deixarás penetrar [minha doce Tássia] e o cara [novo lobo] uivará duas vezes
para a lua. E isso espedaçará qualquer fiapo de dúvida tua – tu serás capaz de
levantar um falo, Tássia, e não só o do teu homem – outro também, outros – e isso
completará o teu ser mulher.
Seremos
clássicos e conservadores, Tássia – o garotaço por cima, tu diligentemente por
baixo, seguindo o tradicionalíssimo ritual – apenas com um diretor de cena [que
serei eu] e uma protagonista que [a esta altura da carreira] desafiará a tolice
de que deve entusiasmar-se apenas com chá e bolinhos. E seremos velhos, Tássia
- e não seremos santos.
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