Não
somos anjos, ou pelo menos eu não sou. Letícia, 34 anitos, três relacionamentos
frustrados, alguns chifres recebidos e dados, não a coisa mais linda do mundo
mas também não a pior, não engordei nem nada. Normal. Anormal era o volume na sunga
azul-escurona entre as coxas de Roberto, o Betinho. O Betinho: 22 aninhos, carinha
de bom moço. Frequentávamos o mesmo clube, eu amiga da amiga que ele [sem o mínimo
talento] tentava paquerar. Decidi [na beira da piscina e levantando o óculos
escuraço para ver melhor] que, sem nenhum escrúpulo e nem o mais singelo simulacro
de piedade, usaria aquele corpo para meu egoístico prazer.
Aproximei-me
pretextando facilitar os xavecos [não facilitei nada]. Visitava seu quarto [moderna,
não?] e um dia enchi-lhe a bola do corpinho da menina que ele estava a fim. Descrevi
coxas e seios e mais e uma olhadela me revelou que o Betinho estava mais
interessado era nas minhas coxas, das quais uma grande maioria escapava por
debaixo da bermuda marrom. Apesar de mais que antecipado o momento, surpreendi-me
quando suas mãos abarcaram quase que minha cintura inteira, as veias dos braços
saltaram e [quase cinderela virgem again]
me vi suspensa no ar e colocada em uma cúmplice mesinha sideboard.
Depois
que presenciei a plastificação [meu único cuidado] virei coadjuvante. Lembro
apenas os impactos, com ritmo, minha cabeça no seu ombro e um doce cheiro de
suor. E depois em desabar um sobre o outro. E do depois, ele de novo com
carinha-de-culpado: Desculpa, tá, Letícia?
E eu dei-lhe beijinho no rosto Tudo bem,
isso acontece.
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