quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Quadragésima-oitava noite – Coma-me selvagem

Coma-me selvagem, Túlio Marcos [cavaleiro medieval após três cruzadas, coronel de novela de sertão sobre a dançarina do Bataclan, homem das cavernas, mesmo sem clava nem dinossauros por perto].

Afaste-me as coxas, Túlio Marcos [esqueça o significado da palavra delicadeza, e amplie essa amnésia para incluir suavidade e leveza].

Não me beije, Túlio Marcos [beija quem ama, e nenhum de nós saberia o que fazer com essa coisa – talvez misturá-la no iogurte ao café da manhã].

Roce o rosto no meu, Túlio Marcos [eles se roçarão, movimento contínuo, cada um a concentrar-se na sua sensação, sensação essa que para existir precisa da presença do outro, da respiração quente e do doce cheiro de suor do outro –e esse precisar substitui qualquer noção babosa de amor – que de resto não conhecemos].

Dê-me prejuízo, Túlio Marcos [rasgue lingeries vaporosas da Victoria´s, borre batons gloss modelo novo Yves Saint-Laurent e cubra com seu cheiro o Chanel 5 comprado na Free-shop].

Faça o que acha o que deve, Túlio Marcos [mas faça, principalmente, o que acha que não deve – línguas, dedos, e palavrões, em explosão anárquica ou em metódica sucessão – não interessa como].
Não escolha lugares, Túlio Marcos [ou melhor, escolha-os – mesas fortes, corrimãos de escadas em caracol, peitoris de janelas. E pergunte minha opinião mas só depois de feito].

Use-me, Túlio Marcos [corpo, alma, emoção, raio quê – e não tenha vestígios de dó. Tão distraído estará, Túlio Marcos, que nem perceberá que uso você também].

2 comentários:

  1. Bom dia... Histórias sempre cheia de luxuria e erotismo.
    .
    Gosta de: Massagem corporal, sensual e erótica, em Prazer Sexual?
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    Deixo cumprimentos.

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  2. Grato pela visita e pela resposta, Nuno!
    E como não? [eu e "Tássia", gostamos sim!]
    Professor Mariano

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