quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Quinquagésima-quinta noite – Desistir nunca, render-se jamais

Naquela noite de fevereiro [beira da piscina no hotel na beira da praia] sabia eu de duas coisas: uma, não sou uma anjinha; duas, aquele barman era um gato. Gato, gato, tigre, rosnante, leão [antebraços tatuados e cabeça comprida de ator de Ruliúde] e mais felino ficava a cada dedo de coquetel Alexander com vodca que eu entornava.

Aliás sabia eu de uma terceira coisa: a convenção iria se dispersar e 24 horas depois eu estaria a um par de milhares de quilômetros dali [o cara a sorrir]. Os diabinhos do amor [e que raio amor tem a ver com isso] esvaziaram o local e ficamos ali, eu e o felino e um providencial quartinho nos fundos do bar.

Envolvi na mão uma garrafa de Eisenbahn, e passava as mãos nela, cima a baixo, de forma que a pobre garrafa teria crescido se não fosse de vidro. O cara entendeu [pudera, não??].

Bom poucos segundos depois eu visitava o quartinho, o rapagão a fechar a porta atrás de mim [um gentleman] – e o barulho da embalagem rasgada da camisinha a me dar a única garantia que precisava. Apoiei-me na mesinha, levantei a midissaia e preparei-me para o impacto.

Quando achei que esse demorava, veio de uma vez [o carinha teve de me tapar a boca para evitar que eu anunciasse ao hotel inteiro]. Esperava um Corsa, veio um 4x4 Utilitário Esportivo de 99 cavalos. O cara segurava pela cintura e trabalhava com ritmo de cronômetro – e em tal atividade não demonstrava vestígios de dó. Pensei em pedir água, mas me veio uma velha frase Desistir nunca, render-se jamais. Não vão louvar minha bravura??

Um comentário:

  1. Belo texto! Gostei de ler

    Espero a sua visita
    Obrigada
    Beijinhos

    http://prazeresecarinhossexuais.blogspot.pt/?zx=e7c3217bdcc84085

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