Serei
sua prostituta, Antônio Marlos – e você será meu cliente - a profissional,
garota de programa, cacho, gata de praia, nada-a-mais. Pendurarei brincos
enormes – aquelas argolas de ouro falso que roçam no ombro das atrizes de terceira
nos pornôs de quarta categoria. Percorrerei sex-shops
de fundo de galeria e lojas de lingerie
em eterna liquidação na Saara e encontrarei as tanguinhas menores,
estampa-de-oncinha, as mais vulgares, sutiãs-com-furinho, de tecido tão fraco
de rasgar a qualquer puxada.
Tatuarei
dragões, gatinhos ou corações flechados, Antônio Marlos, e os desenhos sequer
serão originais. Pintarei o cabelo de dourado-imitação-radical no salão mais
barateiro, e uma nota de três dólares em forma de estrela parecerá mais real
que essa cor.
Mascarei
chicletes, Antônio Marlos, e farei pop com uma bola na sua cara, e pintarei os
lábios de um vermelho a enxergar do outro lado do Atlântico. Pegarei bronze artificial
e clarearei os pelos das pernas e apertarei tudo em um top e uma microssaia tão
justas, Antônio Marlos, que cada saliência da pele aparecerá muito mais do que
ao natural.
Falarei
palavrões, Antônio Marlos, e bem perto de você para que possa sentir meu
Chanel 5 falsificado. Cobrarei um preço não muito alto e ainda aceitarei na hora
sua contraoferta dois terços mais baixa. Levá-lo-ei a um motel de esquina e
começarei conversa repleta de safadezas, até que você se impaciente e tome
posse de sua mercadoria, que serei eu.
Serei
sua prostituta, Antônio Marlos, e você será meu cliente.
Parabéns pelos seus contos. Muito excitantes e eróticos. É pena não ter um linke para seguidores
ResponderExcluir.
Uma carícia.
Muito grato, Sílvia! Tentarei achar um jeito de colocar esse linke!
ExcluirParabéns pelos seus contos. Muito excitantes e eróticos. É pena não ter um linke para seguidores
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Uma carícia.