terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Quadragésima-sétima noite – Transa em Berlim

Tomo chá com bolinhos e me vem que neste exato momento há gente a fazer isso, aquilo, formas-mil. [Uma dessas vagas estatísticas por aí fala em cem milhões de transas todo dia – é muita diversão]. Imagino uma transa, digamos, em Berlim. [Em algum de bairro de nome impronunciável como Pankow ou Lützowufer].

Ele tem o inevitável e alemaníssimo nome de Hans. A gata possui o bem internacional nome de Caroline. Hans e Caroline precisam apenas de uma cama de tamanho suficiente para que possa ficar um sobre o outro; um quarto com chave; um banheirinho ao lado - onde eu os ponho, eles possuem tudo isso.

Imagino que Caroline usava uma curta saia jeans cobrindo uma incômoda calcinha-tanguíssima vermelha-vaporosa. Usava, pois a tirou frente ao amigo, sem se preocupar nem de ficar de lado. Incômoda, pois o quase-fio encarnado afundara entre suas bochechas peludamente alouradas – e Hans dilatou-se uma certa centimetragem ante o espetáculo.

Bochechas essas que as habilidosas mãos de Caroline afastaram, a amplificar uma doce caverna de paredes rosadas para – ela tranquila e tedescamente não lhe oferecia seu coração ou promessas de Hochzeit [casamento] mas um buraco.

Inclinando depois da mandatória plastificação o homem providenciou que o mesmo fosse tampado das vistas do mundo enquanto a garota suportava seu peso recitando alguma tola canção romântica de Ina Martell.

E imagino minha transa berlinense a terminar com Hans a pintar faixas brancas nos bicos rosados de Caroline – e depois a pensar bem alemãmente Sie hat mir durchgefickt a mulher me trepou-através, ou muito.

3 comentários:

  1. Um conto bem alemão...como um filme misterioso de algum diretor de nome impronunciável...
    Bela história!!!!

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  2. Um conto bem alemão...como um filme misterioso de algum diretor de nome impronunciável...
    Bela história!!!!

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  3. Grato pela resposta e pela visita!!
    Professor Mariano

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