segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Décima-primeira Noite – Duas

---- > Conte-me agora uma dama-dama.
“Sempre imaginei as professoras de francês como claras e cloróticas, e agora vejo uma, que se chama, bem convenientemente, Michelle.
Sempre imaginei as motoqueiras com jaquetas de couro, botas, tatuagem de serpente no antebraço direito, e a fazer muito vruuum nas suas Harley-Davidson. Maritza faz tudo isso.
Michelle tem 24. Maritza tem 23.
Maritza pensava, com seriedade, em comer Michelle.
Convidou-a para uma easy ride. Sentiu o corpo encostar leve no seu quando a professora subiu na garupa da HD Iron 883.
Pararam em um Food-truck dos bons, up-five. Sentadinhas no trilho, coxa-com-coxa, a da professora a roçar leve, depois nem tão leve, a deixar a motoqueira com a cabeça nas estrelas. Para desanuviar o clima ofereceu um chopp – a professora recusou pouco menos que horrorizada. Diante disso nem uma gota de álcool.
Concluiu a motoqueira que nesse mato não tinha coelho. Caminho para casa, a professora abraça a conhecida. A motoqueira ficou suspensa na dúvida de se engano.
Tirou a dúvida quando a voz atrás disse Dobra aqui – era uma placa em neon Pleasures´ Paradise.
A dúvida acabou de vez quando adentraram o quartinho cor-de-purpurina: “Tira a jaqueta.” “Deita”.
Sempre imaginei as motoqueiras como duronas e as professoras de francês como virgens cloróticas. Assem pensava Maritza – mas passiva os braços abertos - os pelos da amiga a lhe encherem os lábios lhe contavam outra história”. 

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