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Conte-me agora uma dama-dama.
“Sempre
imaginei as professoras de francês como claras e cloróticas, e agora vejo uma,
que se chama, bem convenientemente, Michelle.
Sempre
imaginei as motoqueiras com jaquetas de couro, botas, tatuagem de serpente no
antebraço direito, e a fazer muito vruuum nas suas Harley-Davidson. Maritza faz
tudo isso.
Michelle tem
24. Maritza tem 23.
Maritza
pensava, com seriedade, em comer Michelle.
Convidou-a
para uma easy ride. Sentiu o corpo encostar
leve no seu quando a professora subiu na garupa da HD Iron 883.
Pararam em um
Food-truck dos bons, up-five. Sentadinhas no trilho,
coxa-com-coxa, a da professora a roçar leve, depois nem tão leve, a deixar a
motoqueira com a cabeça nas estrelas. Para desanuviar o clima ofereceu um chopp
– a professora recusou pouco menos que horrorizada. Diante disso nem uma gota
de álcool.
Concluiu a
motoqueira que nesse mato não tinha coelho. Caminho para casa, a professora
abraça a conhecida. A motoqueira ficou suspensa na dúvida de se engano.
Tirou a
dúvida quando a voz atrás disse Dobra
aqui – era uma placa em neon Pleasures´
Paradise.
A dúvida
acabou de vez quando adentraram o quartinho cor-de-purpurina: “Tira a jaqueta.” “Deita”.
Sempre
imaginei as motoqueiras como duronas e as professoras de francês como virgens
cloróticas. Assem pensava Maritza – mas passiva os braços abertos - os pelos da
amiga a lhe encherem os lábios lhe contavam outra história”.
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