“Se eu
tivesse meu mundo, Tássia, seríamos atores – e falaríamos muito pouco em cena
agiríamos muito, e usaríamos roupas apenas nos primeiros momentos – aqueles em
que os clientes no DVD ou no Youtube tapam os ouvidos para as bobagens.
E eu te
elevaria pela cintura (essa cintura de garota de programa, essa linda garotinha
de programa que você seria) e contra o roteiro do filme (se é que filme da
pesada se importa com um) te jogaria numa mesa (uma mesa bem fosca para você
fosse a única a brilhar) e minhas mãos em garra (Tássia) abririam um rasgão na
tua calça de moletom verdão (você apesar da experiência olharia mordendo os
lábios para o câmera, para saber se isso estava mesmo no roteiro). E faria tua
calcinha negra-transparente-quase-a-não-existir em pedaços tão pequenos que
seria difícil a continuísta catá-los no chão depois).
E eu te
comeria, Tássia, enfiaria em tudo que você tem de mais teu, em todo caminho
explorado ou inexplorado por outros. E te comeria na frente do diretor, do
câmera, da continuísta, do contrarregra, da garota que mede a luz. Enfiaria em
cada buraco seu, Tássia, calma, alternadamente, e voltando para algum já
penetrado antes. Eu te comeria na frente da equipe (eu vestindo minha tatuagem
de longboard, você a usar apenas um
Chanel 5), dos DVDs de revista barata, nos vídeos vazados em saites da pesada.
E eu metendo em você Tássia (você de costas, de bruços, cavaleira, por trás e
de lado). E esse comer seria o nosso verdadeiro, eterno e público casamento.
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