- Sou o primeiro?
- Não, é o milésimo tricentésimo décimo primeiro.
Mete, vai.
Ele
se sentiu idiota após a pergunta e mais ainda depois da resposta dela. Ela, a pós-graduanda
de matemática pura, com cabeça suficiente para pronunciar com correção as ordinais
apesar de já enterrado muito do falo do rapagão em seu corpo.
Motel
com desconto para universitários, e pelo menos ela não era mais universitária,
ao menos não do nível mais baixo. Encontraram-se em bar desses que pululam em
torno de campi, cada um amigo de amigo
de amigo. Os amigos de amigos foram indo embora, ficaram os dois, recém-conhecidos.
Ninguém sabe como a conversa chegou à confissão dele de que era zero, novo-estalando,
nenhum minuto de uso.
Ele pareceu
pensar com as estrelas por um par de segundos, abanou a fumaça do cigarro que incomodava
da mesa do lado e perguntou se ele usaria camisinha. Ele sem saber se a pergunta
era genérica ou filosófica respondeu que sim. Ela informou que usava pílula
havia dois pares de meses, informou como quem diz que vai ter boa maré para
surfar amanhã na Ponta do Areal. Ele achava que não entendia ou sim essa
conversa, e só pegou mesmo o sentido quando passaram em frente à luminária neon
do Love´s House.
O
olhar suplicante por uma explicação arrancou um meio-sorriso dela e a frase divertir-se os dois...? com interrogação
e tudo.
Deitou-se
e chamou o primeiro assalto. E ele lhe fez a pergunta e se sentiu idiota, e
mais ainda após a resposta dela.
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