A três
noiva e amigo e começou inocente, como começam [quase] todas as coisas. Sempre quis, eu, você e outra... disse o
noivo com muitas reticências e depois de gaguejar quatro vezes. Eieiei nada de machismo – respondeu a noiva
mais à vontade do que nunca pensou. Que
tal eu, você e outro? O noivo engoliu em seco, molhado e algo nele se ergueu,
a imitar pescoço de girafa se não fosse o aperto do forte jeans.
Como
tudo concorre quando os astros querem, coincidiu de naqueles dias um ex-namorado
estar na cidade - em breve voltaria aos cafundós do Mato Grosso no qual deixara
uma noiva também. Alguém conhecido, de confiança e sigilo garantido –até pelo
fato de que tinha o que perder.
Ao
passar roçando a portinha apertada [quarto do hotel com fachada em neon] e
roçando também o ex a noiva sorriu e meio ao sentir que este já se encontrava
em estado de absoluta prontidão para a festinha.
Que começou
da maneira mais ortodoxa – um rock na micropista de dança – que evoluiu para o
mesmo rock, só que com muito pouco além do triangulozinho de poliamida vermelha
a cobrir o corpo da jovem.
E
evoluiu para a posição mais tradicional – o papai-e-mamãe-em-noite-de-núpcias das
diversões a três – um rapaz ajoelhado em uma ponta; outro rapaz ajoelhado em
outra ponta; e a rainha, o nexo, o sentido de tudo, a mulher de quatrinho, a
agasalhar com sua boca a um e com a suave fenda entre suas coxas ao outro. E os
dois mirando de olhos fechados o céu – céu no qual naquele momento já se
encontravam.
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