sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Oitava Noite – Histórias para Tássia: Atores da pesada

(Gilberte) ---- > Conte-me uma como nas “Mil e Uma Noites”.
(Marcel) - > Com imensurável alegria, ó minha Sultana!
---- > Deixa de lero e manda.
- > Tem uma cara chamada Tássia. E tem um cara chamado Mauro. Mauro escreve cartas para Tássia. Assim:
Se eu tivesse o meu mundo, Tàssia, você teria cabelos louros-à-força encaracolados até os ombros, tatuagem de unicórnio a beijar-lhe as coxas e outras de libélula a pular sobre os ombros, usaria um jeans a entrar cada dobrinha, e boca de batom fortão em eterno masclar de chiclete. Você faria extras de noite, gostaria de fazer extras à noite, ganharia muitas notas de cem contos por cada extra à noite.
E eu seria Rick (e teria esquecido até o nome de cartório) o mais longo dos atores de filmes da pesada – o bronzeado de fábrica vindo das tardes de surfe na segunda-feira, os bíceps de malhação quase sem fim regada à proteína. Eu teria 23, Tássia, não 23 anos de idade, milhões ou carros, mas centímetros, comprovados e atestados, que me garantiriam vaga de coadjuvante em filmes porn (as damas sempre são as principais).
Você seria uma putinha, Tássia – uma linda puta, a mais puta e a mais linda das putas – e eu seria teu gigolô, putinha Tássia, eu seria Rick, ou Derrick, ou Roy, ou qualquer nome para fazer anúncio para viúvas ou casai em saites proibidos-para-gente inocente. E nenhum de nós dois valeria nada, minha linda e puta Tássia, do seu lindo e puto Rick.

---- > Continua amanhã. Quero saber.

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