(Gilberte)
---- > Conte-me uma como nas “Mil e Uma Noites”.
(Marcel) -
> Com imensurável alegria, ó minha Sultana!
---- >
Deixa de lero e manda.
- > Tem
uma cara chamada Tássia. E tem um cara chamado Mauro. Mauro escreve cartas para
Tássia. Assim:
Se eu tivesse o meu mundo, Tàssia, você
teria cabelos louros-à-força encaracolados até os ombros, tatuagem de unicórnio
a beijar-lhe as coxas e outras de libélula a pular sobre os ombros, usaria um
jeans a entrar cada dobrinha, e boca de batom fortão em eterno masclar de
chiclete. Você faria extras de noite, gostaria de fazer extras à noite,
ganharia muitas notas de cem contos por cada extra à noite.
E eu seria
Rick (e teria esquecido até o nome de cartório) o mais longo dos atores de filmes
da pesada – o bronzeado de fábrica vindo das tardes de surfe na segunda-feira,
os bíceps de malhação quase sem fim regada à proteína. Eu teria 23, Tássia, não
23 anos de idade, milhões ou carros, mas centímetros, comprovados e atestados,
que me garantiriam vaga de coadjuvante em filmes porn (as damas sempre são as principais).
Você seria
uma putinha, Tássia – uma linda puta, a mais puta e a mais linda das putas – e
eu seria teu gigolô, putinha Tássia, eu seria Rick, ou Derrick, ou Roy, ou
qualquer nome para fazer anúncio para viúvas ou casai em saites
proibidos-para-gente inocente. E nenhum de nós dois valeria nada, minha linda e
puta Tássia, do seu lindo e puto Rick.
---- > Continua
amanhã. Quero saber.
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