Encontrão
de casais, clubinho da pesada em Sampa com nome de antiga rainha egípcia e
mulher nunca fez minha cabeça. [Chamo-me Teresa]. Exceção – ou perto disso: não
foi uma nem cinco vezes que vi amiga louríssima ou morena, decotaço e manequim
exato a chegar acompanhada de seu gatésimo
e lá pelo meio estar escanchada com alguma idade-da-loba também nos
trinques, com o bicão da outra desparecido na boa e o gatésimo do lado a
hastear a bandeira.
Naquela
noite de 29 de abril tudo caminhava normal no clubaço: brincadeira adulta de
gente muito adulta, os gemidos de praxe, um ou outro grito. A mulher de
quatrinho, maridão perto sem participar, garotão a engatar o instrumento, bem
fornido, vinte ou vinte e um argumentos bem medidos, por trás.
Súbito
[e isso acontece muito] o inesperado – a mulher travou. Medinho na hora [talvez
da avantajada vantagem que se aproximava] de alguma neurose-de-tempos-antigos
que resolveu melar tudo logo agora, lá sei.
E
outro inesperado – inesperado principalmente para mim – ajoelho-me. Toco no rostinho
dela – um par de carícias na bochecha – e minhas mãos escorregam pelo pescoço magro,
contornam o colo e encopam os amplos seios da mulher de quem eu nem sabia o
nome. Ela fecha os olhos, no ceuzinho.
Com
as costas de três dedos passo por quatro vezes nos bicos rosa, sentindo-os
enrijecer a cada passada. O rapaz que de bobo não tinha nada aproveitou o momento
de distração e vi os olhos esverdeados a duplicar de tamanho com o impacto. A partir
daí fácil foi.
Uma
boa ação minha. Sou uma boa garota.
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