quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Vigésima-sétima noite – Na chuva para se molhar

Casal a chegar em Casa de Casais leia-se Swing – o de sempre, alguma grana, alguma idade [nununca menos de trinta e cinco], alguma monotonia e muita vontade de destroçar a última.

Tranquilidade no começo – a loura e o barbudo [eles] na beira do tapete vermelhaço marcador da pista de dança só a observar, a pulsação muito gradualzinha a voltar ao normal. Ela colocara o mini vestido azul, o menor do guarda-roupa – só para descobrir que, ali, tal peça rivalizava em moralismo com um hábito de freira.

Animaram-se e um par de goles depois saíram a pesquisar as alcovas atrás da piscina [exatamente como imaginaram, sempre tinha uma piscina]. De quarto em quarto, alguns gritos [menos do que imaginavam] e algumas das damas com máscaras [e bem pouco mais que isso] para dar [talvez] charme.

A loura com os dedos em garra afastou os copos do vestido – e os bicos róseos em forma de pera exuberaram-se para a visão de todos, especialmente a do marido, que pulou uma batida cardíaca ante a visão. Visão essa que logo foi tampada pelas mãos de um rapaz que mais simples do que quem pede copo d´água acariciou por três vezes os bicos da mulher casada que ele vira pela primeira vez há exatos dois segundos, e seguiu seu caminho.


A loura olhou o barbudo, este também a morder o lábio – e depois de meio momento caíram na gargalhada, dentro da melhor filosofia quem está na chuva é para se molhar.

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