Começou com
aquela de vou lhe dar um presente.
Casal de idade-meia: aquela em que a vida decola ou desaba. No caso decolou:
ele aos 56 a levantar pesos na musculação – ela aos 47 enxutíssimos
barriguinha-de-vinte-e-cinco, trinques-nos. Ele coração a dar latidos, exatos
dezesseis dias antes do aniversário dela: Vou
lhe dar um presente.
O presente: a compensação ter por casado virgem,
machista beeem moderno. Ela a morder lábios perguntou se ele gostaria. Ele
disse que s-s-s-s-im e as duas semanas seguintes foram a se roer de medo que
ela desistisse.
Não desistiu:
Motel com o nome idiota de Love´s
Paradise, ele saiu do breguíssimo banheiro com piscininha de jato – na
verdade saíram – com ele vinha o presente: vinte e dois anos e vinte e
três centímetros – garoto tímido do interior morador em república de estudantes
– que deu um trabalhão ao marido para convencer de que ele não seria nem
degolado esquartejado ou abduzido por extraterrenos – apenas enterraria seu
digníssimo instrumento onde ninguém poderia vê-lo – com o apoio e torcida do
marido.
A visão dos
dois falos um plastificado e outro ao natural a apontar-lhe não sem arrogância
eliminou a taquicardia dela – abriu os braços, atraiu-os para si, mas, boa
anfitriã, deu preferência ao visitante e trinta e sete segundos depois
praticava o nobre esporte do hipismo com o rapaz como cavalo, que não sem
timidez lhe tocava os bicos.
O marido
preparava drinques – e pensava que a esposinha também não precisava ficar tão
entusiasmada.
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