- Mas Helô, isso não é coisa de lésbica? – e
Kátia mordeu o lábio diante do suprassumo de ingenuidade que acabara de
proferir.
-
Não. Lésbicas se amam, querem viver juntas, querem casar. Tudo bem. Deixa elas.
Eu e você só queremos curtir. Você não? – e os dedos de unhas quase-violeta
deslizaram sob a blusa da outra e encontraram um bico já rígido.
Heloisa,
Professora Heloísa, tinha fama de ser exemplo de ética, tanto entre os colegas
catedráticos, entre os alunos de Sociologia IV e para o ex-marido, mesmo depois
do divórcio. Notara Kátia, sempre quase-a-sorrir, sempre nas primeiras
fileiras, e não fizera nada. Esperara a garota se formar e depois sacou um
velho número de telefone anotado. Convidou-a para pizza.
Da
pizza a conversas sobre ex-marido de uma e ex-noivo da outra, daí a conversas
sobre meses de secura, e a professora ajeitou os óculos grandes-de-intelectual
e propôs curtirem uma à outra naquela noite. Nada demais, só se divertir. E
Kátia mordeu o lábio após sua pergunta hiperingênua.
Kátia
cinco exatos minutos depois de fecharem a porta já se perguntara por que nunca
fizera isso antes, tão fácil. Seu topless foi quase imediato e meio minuto
depois seus seios com marca muito definida de Ipanema se encontrava com os da
ex-professora, em doce atrito.
Uma
hora muito rápida depois e antiga aluna vestia de novo a calcinha-tanga
verde-abacate. Helô fazia o mesmo com a sua, vermelhíssima.
- Adorei – disse a aluna. Também – sacudiu os cabelos Helô.
E
nem se despediram. Só diversão sem compromisso.
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