terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Vigésima-sexta noite – Diferente, agora

- Diferente, agora.

- Vai doer – e ele escorregou no V inicial.

- Mete, cara.

E tom era mais de ordem que de pedido.

Tudo normal até então: coleguinho-de-trabalho a comer coleguinha-de-trabalho, moça deitadinha de pernas abertas, rapaz por cima, tudo [quase] como nossas bisavós aconselhariam, até os mesmos gritos que as paredes do motel muito originalmente denominado Paradise estariam a descascar de tanto ouvir, se gritos descascassem.

Até que ela empurrou bisnagão de creme na mão dele e se colocou na posição – cavalinho – e ele gaguejou qualquer bobagem e a mulher repetiu o quase-comando, ou sem quase.

Brilhante de tensão e gel, o instrumento se fez afundar, ela a puxar fundo o ar com ritmo, ele sem entender.

A primeira etapa do foguete, a mais larga da expedição, terminou o seu sumiço no corpo feminino e ela franzia os olhos.

Segurou-lhe a cintura com marcas de biquíni. Ela jogou a cabeça para trás. Soltou três ais muito finos e dois putzgrila. Ele temia pela dor que estaria proporcionando a ela. Ela lambia o lábio superior. Movia-se, felina. Ele quase que ansiava pelo momento em que ela dissesse que não aguentava mais. E os únicos ruídos passaram a ser a cama redondona rangendo e as perguntas que ele se sentia bobo ao fazer.

- Tudo bem?


- Mete, cara.

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