O mundo se
inverteu para o rapaz com o improvável nome de Edilberto ao trancar ela o
quarto azul-e-lilás do motel – o Hyundai HB-20 zero ainda a ronronar a ventoinha
do motor. O carro dela, o corpo dela adivinhado debaixo da seda verde.
Dele era o
sonho – o sonho de todo homem: ir a uma festa, passar uma conversa no ouvido de
uma desconhecida e terminar a noite a brandir-lhe a tanga.
Dera ela o
nome nem um pouco incomum de Marisa. E também a idade – 49 anos e três meses,
quase a ter orgulho – e o número de divórcios, dois. E ele prestara atenção –
apesar dos seios que pulavam do megadecote do vestido, aparentemente desenhado
para cobrir os bicos – e só talvez um pouquinho mais.
Os seios e
alguma conversa bastaram para arrastar o rapaz ainda sem o primeiro emprego que
celebrava a primeira semana de formado na festa do amigo do cunhado do vizinho.
Os seios que
agora o sufocavam, a cabeça dele pressionada contra os três dedos de diâmetro
dos bicos – ele sem conseguir libertar direito a ridícula cueca bege.
Continuar a
tentar, deitado – sem conseguir ainda pois o Negror do Mundo caiu literalmente
sobre ele. Negror este da floresta suave que dividia entre as coxas dela –
desenhadas por uma marca de quem foi à praia com biquíni lá não muito grande.
- Gosta, gato? – perguntou-lhe ela, sem
se lembrar de lhe dar um refresco a quase sufocá-lo.
Ele preferiu
que estivessem de mãos dadas a tomar sorvete. Mas macho não reclama. Pediu
mais. E ela lhe puxou de novo para si a cabeça, força dupla.
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