quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Sétima Noite – Três Histórias de Loba (III): Machos não reclamam

O mundo se inverteu para o rapaz com o improvável nome de Edilberto ao trancar ela o quarto azul-e-lilás do motel – o Hyundai HB-20 zero ainda a ronronar a ventoinha do motor. O carro dela, o corpo dela adivinhado debaixo da seda verde.
Dele era o sonho – o sonho de todo homem: ir a uma festa, passar uma conversa no ouvido de uma desconhecida e terminar a noite a brandir-lhe a tanga.
Dera ela o nome nem um pouco incomum de Marisa. E também a idade – 49 anos e três meses, quase a ter orgulho – e o número de divórcios, dois. E ele prestara atenção – apesar dos seios que pulavam do megadecote do vestido, aparentemente desenhado para cobrir os bicos – e só talvez um pouquinho mais.
Os seios e alguma conversa bastaram para arrastar o rapaz ainda sem o primeiro emprego que celebrava a primeira semana de formado na festa do amigo do cunhado do vizinho.
Os seios que agora o sufocavam, a cabeça dele pressionada contra os três dedos de diâmetro dos bicos – ele sem conseguir libertar direito a ridícula cueca bege.
Continuar a tentar, deitado – sem conseguir ainda pois o Negror do Mundo caiu literalmente sobre ele. Negror este da floresta suave que dividia entre as coxas dela – desenhadas por uma marca de quem foi à praia com biquíni lá não muito grande.
- Gosta, gato? – perguntou-lhe ela, sem se lembrar de lhe dar um refresco a quase sufocá-lo.

Ele preferiu que estivessem de mãos dadas a tomar sorvete. Mas macho não reclama. Pediu mais. E ela lhe puxou de novo para si a cabeça, força dupla.

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