- Tira toda a
roupa, deita e abre as pernas.
Ela levantou
a blusa fofa com estampa florida, fez a midi-saia deslizar pelos joelhos, a
tanga quase vermelha fez companhia ao sutiã transparente na cadeira perto dos
salto-alto. Colou o corpo na cama retangular, afastou as coxas mais que isso
impossível, abriu os braços e fechou os olhos.
Ele sorriu
quase a não perceber, com o suave caminho cor-de-rosa a surgir entre os pelos
alourados da jovem.
Ela
retesou-se o corpo ao se sentir dividida ao meio – e teria gritado a alertar
metade da vizinhança da Rodovia QZ-6703 que ela era uma mulher que estava a ser
empalada por um homem – se a mão dele não a tivesse tapado a boca. O falo do
macho não simbolizava nada, muito menos amor – apenas era um instrumento de
homem que golpeava com ritmo e sem qualquer vestígio de dó uma fenda de mulher
– os bicos dela a dançar acusando cada golpe.
Os golpes que
afinal a convenceram a abrir a boca em uma torrente de mete mais, de cachorro, de
taquipariucaralho. Infindas estacadas
depois ele se tirou – e ela sentiu
uma sucessão de jatos de creme branco e
muito denso atingiu-lhe os bicos escuros e o queixo com extraordinária
regularidade.
Creme esse
que deu trabalho para tirar com a toalha azulíssima que ele lhe passou. Ela
vestia de novo a saia jeans. Ele dava o nó na gravata.
- Tem uma racha incrível. Parabéns.
- Obrigada – disse ela, moça educada. E
achou aquele elogio melhor que qualquer eu-te-amo.
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