sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Vigésima-segunda noite – Tanga puxada de lado

- Gosta disso?

- Gosto.

Ele gaguejou duas vezes ao responder.

- Então toma.

E as unhas pintadas de violeta-choque se enterraram nos cabelos pretos do cara, e puxaram-lhe a cabeça contra os cabelos mais negros ainda dela, que encheram os lábios dele e lhe entraram intrometidos pelo nariz, a minissaia jeans convenientemente levantada e puxada de lado a tanga branca com estampas do Mickey.

Queria devorar a novata do telemarketing. Em vez do medo ou da indignação esperáveis, recebeu o olhar dela a percorrê-lo a baixo a alto, demorando em análise no volume na calça azul-marinho. Por um par de segundos tolamente pensou a moça é veterana. Mas macho não recusa.

No motel de segunda no Centro ele mal fechara a porta quando a mão dela o puxou para a cama, deitado de costas, e ofereceu-lhe o espetáculo de sua faixa de pelos a três dedos de distância do nariz dele, os joelhos dela a encostar nas orelhas do colega, e perguntou se ele gostava daquilo.

E pouco mais se ouviu no quarto com um tolo quadro de paisagem de moinho holandês, além dos gemidos da moça, com ritmo impecável, que acompanhavam a pressão que ela fazia do rosto dele contra o suave caminho róseo que ela oferecia.

Caminho esse que enchia os olhos e boca do rapaz, e do qual sentiu a primeira descarga do mel-de-amor da moça, acompanhada de gemidos apenas um pouco mais rijos.


O garoto assustadiço dentro dele avisou a ele que, ao contrário da expectativa, ele estava a ser usado. A jovem puxou-lhe a cabeça com um pouco mais de força.

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