Quase
morri de amor naquela noite em que Ticiane Cristina me convidou para ouvir uns
rocks pauleira de Herbert Karajan no seu quarto – e essa frase é bem menos
romântica do que pode parecer. Dividíramos uns sete Alexanders [talvez com um pouquinho demais de vodca] e nem lembrei
que o maestro clássico berlinense von Karajan jamais maestraria rocks.
Mesmo
tonto como estava, se tivesse cronometrado não se teriam passado sete segundos
antes que a recém-divorciada prima-do-sócio-do-meu-melhor-amigo tivesse deixado
cair tudo o que a cobria abaixo da cintura. Vi-lhe o doce triângulo
alouradinho, mais ou menos à distância de um metro.
Distância
essa que se reduziria [creio que em outros sete segundos] a um centímetro, ou
menos. Ronda Roussey [na verdade Ticiane Cristina, apenas naquele momento com
tino de lutadora de MMA] cravou as mãos em minha cabeça e puxou-me retesando as
veias dos antebraços contra a florestinha clara. Eu planejara tirar minha roupa
mas não deu tempo, e foi de jeans e blusa do Iron Maiden que me vi puxado e retesado.
Não
pude dar uma boa respiração antes do mergulho – o que pode até aparecer engraçado
para quem nunca passou pela situação. Ticiane Cristina [mostrando o resultado da
musculação cinco vezes por semana que fazia] me puxava com a força da bebedeira
e da carência, e eu lutava para puxar ar – e o pouco que recebia era filtrado
pelos pelos dela.
Com
não muito exagero, percebi que minha única forma de voltar a respirar era fazê-la
gozar – e ataquei loucamente seu clitóris com a língua. Felizmente deu certo –
com dois gritinhos finos de faca ela relaxou.
Naquela
noite de março descobri o que significa morrer de amor – e não era o que
pensava.
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