domingo, 20 de março de 2016

Octogésima noite – Morrer de amor

Quase morri de amor naquela noite em que Ticiane Cristina me convidou para ouvir uns rocks pauleira de Herbert Karajan no seu quarto – e essa frase é bem menos romântica do que pode parecer. Dividíramos uns sete Alexanders [talvez com um pouquinho demais de vodca] e nem lembrei que o maestro clássico berlinense von Karajan jamais maestraria rocks.

Mesmo tonto como estava, se tivesse cronometrado não se teriam passado sete segundos antes que a recém-divorciada prima-do-sócio-do-meu-melhor-amigo tivesse deixado cair tudo o que a cobria abaixo da cintura. Vi-lhe o doce triângulo alouradinho, mais ou menos à distância de um metro.

Distância essa que se reduziria [creio que em outros sete segundos] a um centímetro, ou menos. Ronda Roussey [na verdade Ticiane Cristina, apenas naquele momento com tino de lutadora de MMA] cravou as mãos em minha cabeça e puxou-me retesando as veias dos antebraços contra a florestinha clara. Eu planejara tirar minha roupa mas não deu tempo, e foi de jeans e blusa do Iron Maiden que me vi puxado e retesado.

Não pude dar uma boa respiração antes do mergulho – o que pode até aparecer engraçado para quem nunca passou pela situação. Ticiane Cristina [mostrando o resultado da musculação cinco vezes por semana que fazia] me puxava com a força da bebedeira e da carência, e eu lutava para puxar ar – e o pouco que recebia era filtrado pelos pelos dela.

Com não muito exagero, percebi que minha única forma de voltar a respirar era fazê-la gozar – e ataquei loucamente seu clitóris com a língua. Felizmente deu certo – com dois gritinhos finos de faca ela relaxou.

Naquela noite de março descobri o que significa morrer de amor – e não era o que pensava.

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