Não
te conheci virgem, Carolina Maria, mas me pretendo um cavalheiro, e cavalheiros
desconhecem qualquer importância dos números ordinais: o primeiro, o segundo,
ou o ser o décimo sétimo – para um cavalheiro [minha cara Carolina] estas
ordenações não possuem verdade ou existência. Para mim e para ti [Carolina
Maria] existe apenas o amor físico em seu suspenso presente [quase o eterno retorno das religiões mesopotâmicas].
Lembro
[Carolina Maria] ou não me lembro [pois o passado enquanto tal não existe] de ti
cercada de um lençol de seda cor damasco e a vestir dois brincos de prata e um
delicado frescor de Chanel 5. Peguei-te
pelos joelhos e afastei-os [e um doce caminho cor de rosa em meio a um bosque
negro abriu-se para minha vida]. Ampliei-o mais ainda com minha mão [enquanto
tu de lábios entreabertos entoavas uma prece à deusa Afrodite] e mergulhei em tua
verdade [mais profunda que a Aletheia
dos gregos e de Heidegger] e tive o êxtase [minha linda Carolina Maria] de te
fazer um acompanhamento a uivar para a
lua.
Nesse
ritual trocamos várias vezes de posição [Carolina Maria] democratas em essência
que somos – um por sobre, o outro a suportar impactos. Dissemos confissões bem
pouco inteligíveis no ouvido, com o uso de palavras nem sempre delicadas.
E
nesse momento [de eterno presente] o passado [cuja existência ponho em dúvida]
se esvai, e com ele os numerais, primeiro, segundo e restamos apenas eu, você e
o presente [Carolina Maria] sem recuerdos
ou simpatias.
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