Immanuel
Kant [dizem] no dia seguinte ao dia em que completou vinte e um anos pensou em
como salvar o mundo. A primeira questão que veio à sua analítica mente foi se o
mundo queria ser salvo. E concluiu que sim. Para logo depois colocar sua
resposta em dúvida – deveria salvar o mundo ou a si mesmo? Complexas meditações
pelos pântanos nas periferias de Koenigsberg lhe informaram que a segunda parte
implicaria a primeira.
Immanuel
Kant [então] concluiu que deveria salvar a si mesmo. A segunda questão que se
colocou em sua sintética mente é como fazê-lo. Para respondê-la, recorreu a
velha tríade. Pensou em salvação pela alma: e anteviu jejuns, joelhos lanhados
em oração, meditações sobre diferentes traduções das escrituras. Veio-lhe a
salvação pela mente – tratados sobre Aristóteles e Traduções de Erasmo atabalhoariam
suas horas e sua biblioteca.
E
então Immanuel [aos 21 longe de ser o velho carrancudo das gravuras de enciclopédia]
imaginou a salvação pelo corpo. Consequente em tudo, vestiu a melhor roupa, encheu
a bolsa de talers de prata e procurou
[não sem se informar antes] onde ficava o mais caro lupanar da Prússia
Oriental.
E Immanuel
Kant [dizem] durante 21 dias [não por coincidência o mesmo numeral de sua
idade] mergulhou [tanto metafórica como realmente] no que o mundo tem de mais indecente
e maravilhoso. Sobre as jovens e kantianas pernas roçaram outras pernas, de louras
alemãs, morenas da Espanha, negras da Núbia.
E Immanuel
concluiu que achara a saída. Mas decidiu ser egoísta e guardá-la para si – e dedicou
sua vida a escrever livros que dizem aos homens para procurar o sentido em
outras coisas e não no amor físico, onde verdadeiramente se encontra.
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