sábado, 12 de março de 2016

Septuagésima-segunda noite – Minha esposa e o universitário

Casei-me com Antônia Marilene porque ela sempre foi uma pessoa de palavra. Quando dizia que estaria pronta para ir ao teatro em dez minutos, ela aparecia linda e maquiada em dez minutos de cronômetro. Quando dizia que no segundo semestre voltaria às aulas de espanhol, lá pelo começo de agosto ela já me saudava com um Buenos Días.

Quando noivos ela sempre me dizia que queria ser minha esposa e me amar e me respeitar, mas talvez tirasse a calcinha para um estudante universitário grande de atura e de outras coisas, só para se divertir.

Por isso não posso dizer que me surpreendi quando, ao chegar em casa [em meio ao tradicionalíssimo nheco-nheco de molas de cama] vi que as pernas lindamente abertas de Antônia Marilene abrigavam um garotão torneado, e a pilha de livros de engenharia do lado me indicava sua ocupação. Alguns caras se encheriam de indignação, discursos de vou-voltar-para-mamãe, etc. Eu [confesso] orgulhei-me de ter uma mulher tão cheia de palavra como esposa.

Claro que não fiquei só no orgulho. Deixei cair todo para sobre meu corpo e [quase tímido] dei um tapinha nas costas do rapaz e pedi para também tirar uma casquinha [afinal, aquela era a hora do amante, e não do marido]. Ele era de boa paz e me cedeu a única boceta ali disponível.

Boceta essa na qual nos alternamos [eu ao natural, ele emborrachado] e trocávamos palavras de incentivo um ao outro e de elogio ao buraco que nos dava tanta emoção.

Depois, claro que meu principal elogio foi para a mulher de palavra que tenho. E ela me disse que agora brincará com uma loira.

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